Marcos Martins
Colaborador Folha
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juros, chamada de Selic. A redução atingiu 0,5 ponto percentual e saiu de 6,5% para 6% ao ano.
Para o economista Cícero Ivo Moura Bezerra Júnior, essa decisão pode ter consequências positivas para a população. “É positivo, pois a Selic é a taxa básica de juros, sendo ela quem regula os juros de mercado. Com juros mais baixos, os bancos vão seguir a tendência e já anunciaram que vão reduzir também suas taxas de juros e isso possibilita aos clientes que estiverem precisando de linhas crédito, como um empréstimo, obterem taxas mais em conta no mercado”, explica.
O economista explica que com menos juros se espera maior movimentação financeira. “A taxa de juros varia de banco pra banco e cada instituição tem uma política em relação aos juros. Os bancos públicos cobram uma taxa de juros menor para empréstimos, principalmente os consignados, e os privados têm uma taxa um pouco mais alta e pesada. Acredito que essa menor taxa do mercado seja interessante para algumas pessoas e deve haver maior movimentação financeira”, afirma Cícero.
Analistas do mercado financeiro já esperavam uma queda da Selic no último mês, mas a queda da taxa para 6% se tornou o menor nível da série história do Banco Central, iniciada no ano de 1986. Desde o mês de março do ano passado, a taxa se encontrava sem mudanças após alguns cortes seguidos realizados pelo Copom.
Ainda segundo informações do economista Cícero Ivo Moura Bezerra Júnior, a menor taxa de juros pode afetar positivamente outras áreas além dos empréstimos, como taxas de cheque especial e cartão de crédito. “Você acaba incentivando o fomento e investimento em determinadas áreas, porque com o crédito mais barato as pessoas têm a possibilidade de pegar um valor, investir, trocar de carro, fazer um financiamento sem ficar com a corda no pescoço e pode proporcionar que a pessoa acabe reequilibrando as contas dela. Espera-se que caiam as taxas de juros cobradas no cheque especial e cartão de crédito, mas é importante notar que elas ainda assim são muito altas”, destaca.
Indicação de novos cortes da taxa pelo Banco Central
O Copom, após a redução da última semana, tem indicado que pode continuar reduzindo a taxa básica de juros, a Selic, pois existe uma tendência de uma retomada de recuperação econômica no país que proporcionou essa queda, e o futuro da Selic seguirá dependendo da evolução econômica do país. “Todos esperavam uma queda de 0,25% [da taxa Selic] e existe mesmo uma indicação que pode cair mais. Espero que agora, com a queda da Selic, os juros bancários que não acompanharam as últimas quedas sigam essa tendência e fique melhor para quem tem dívidas caras poder negociar com juros menores”, observa o economista.
O que é a Taxa Selic?
Conforme informações do Banco Central, a Selic é a taxa básica de juros da economia e o principal instrumento da política monetária que é utilizado por esse banco para controlar a inflação. Desta forma, ela influencia as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos, das aplicações financeiras, entre outras.