Cotidiano

Redução em preços de remédios ainda não é sentida em Boa Vista

Ao todo, 174 remédios ficaram, em média, 12% mais baratos, mas em Boa Vista essa redução só será repassada para os usuários quando ocorrer a reposição do estoque

Desde o último dia 21 que o Governo Federal ampliou a lista de medicamentos com isenção de impostos de PIS/Cofins com a inclusão de 174 novos produtos. Com a medida, o preço máximo dos remédios fica em média 12% mais barato. Mas em Boa Vista essa redução só será repassada para os usuários quando ocorrer a reposição do estoque nas farmácias.
A chamada “lista positiva”, criada em 2001 para reduzir os custos de compra de produtos essenciais para a população, incluem medicamentos de tarja vermelha e preta, assim como os utilizados no tratamento de artrite, câncer de mama, leucemia e Aids já eram integrantes da lista de isenção, agora produtos para tratamento de câncer, AVC e diabetes também ganharam o desconto.
A equipe de Reportagem da Folha percorreu cinco farmácias da Capital para saber se os preços haviam baixado nos produtos informados na Portaria do Governo Federal, mas encontrou resistência por parte dos atendentes e balconistas em informar o preço antes e depois da redução. As desculpas eram as mais diversas: “Não estamos sabendo desta redução”, “Só o gerente tem a senha do sistema e ele não se encontra”, ou “O sistema está fora do ar”. Mas constatou em, pelo menos, um produto para diabetes, o Glimiperida 4 mg, o preço era o mesmo de antes da Portaria.  
Diante desta dificuldade de informação, a Folha conversou com o presidente do Sindicato das Farmácias em Roraima (Sindfarma/RR), Edimar Lima. Ele informou que a baixa nos preços dos medicamentos em questão só será sentida pelos usuários com o passar do tempo, conforme a reposição de estoque nas farmácias da cidade.
“Essa diferença de preço será sentida depois de repor os estoques semanalmente ou mensalmente, e, conforme esta reposição, vão chegando também as reduções aos usuários”, explicou.
A inclusão de novos remédios na lista é feita pelo próprio Ministério da Saúde e pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), levando em conta as doenças, patologias crônicas e degenerativas; os programas de saúde do Governo, instituídos por meio de políticas públicas e a essencialidade dos medicamentos para a população. Os produtos também devem estar sujeitos à prescrição médica e destinados à venda no mercado interno.
O site do Ministério da Saúde informa que “A Câmara de Regulação é responsável pelo monitoramento dos preços dos remédios e por garantir que as reduções tributárias sejam integralmente refletidas nos preços fixados como teto para os produtos”, mas não informa sobre o repasse imediato ao consumidor. A lista com as novas substâncias isentas de PIS e Cofins está disponível no site da Anvisa. O endereço é: www.anvisa.gov.br. (RR)
SESAU – A Reportagem procurou a Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) para saber do número de pacientes acometidos com as patologias de artrite, câncer de mama, leucemia, Aids, câncer, AVC e diabetes no Estado, para ter uma noção do universo de pessoas beneficiadas com a redução do preço dos medicamentos, mas a Assessoria de Imprensa não retornou com as informações.