As aeronaves que fazem o transporte dos profissionais de saúde da área indígena Yanomami, no alto Mucajaí, até a capital Boa Vista estão sem combustível para realizar a viagem. Essa informação foi repassada à FolhaBV por servidores que atuam nessa região.
Segundo eles, desde o dia 13 de julho estariam impossibilitados de saírem da área para o período de descanso em Boa Vista. “Trabalhamos 30 dias na área indígena e temos direito a 15 dias de arejamento”, disse um dos profissionais que não quis se identificar.
Outro profissional comentou que todos estão preocupados após o incidente ocorrido com a médica que trabalhava em uma dessas áreas, na semana passada. “Estamos com medo. Os índios têm a cultura deles e com a pandemia do coronavírus estão culpando os profissionais de saúde pela falta de medicamentos ou qualquer outra situação que ocorra nas comunidades indígenas”.
CONDISI – Segundo o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), Júnior Hekurari Yanomami, os voos realizados por meio de aviões entre a área indígena e a Capital estão suspensos devido à contaminação dos combustíveis usados para aviação.
“Nós conversamos com todos os índios da área Yanomami e com os profissionais de saúde, para avisa-los que os voos das aeronaves foram suspensos, por causa de combustível contaminado. Então para a segurança de todos foi decidido não voar mais. Estamos utilizando helicópteros para realizar as ações de rotina como o transporte de materiais e desses profissionais de saúde”, afirmou Hekurari.
COMBUSTÍVEL – Desde o dia 11 de julho as vendas de combustíveis para aeronaves foram interrompidas. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Agência Nacional de Petróleo (ANP) estão investigando a suspeita de contaminação deste produto, que pode ter causado danos e corrosões em tanques de combustíveis, bombas, mangueiras e injetores.