Cotidiano

Reposição de aulas ainda não começou e cada escola irá montar seu calendário

Escolas estaduais têm até março de 2016 para encerrar o ano letivo de 2015, mas está decidido que não haverá aulas aos sábados

Quase um mês depois do término da greve dos professores, as escolas estaduais ainda não começaram a reposição das aulas. A greve, que durou mais de 70 dias, atrasou o ano letivo em cerca de um mês e meio. As escolas estaduais terão até o dia 04 de março de 2016 para encerrar as aulas do ano letivo de 2015. Cada escola deverá adotar seu calendário próprio de reposição.

Informações coletadas pela Folha mostram que os professores estaduais estão repassando para os alunos que não haverá aulas de reposição aos sábados, decisão adotada nas greves anteriores. Os estudantes afirmam que está sendo anunciado o acréscimo de um quinto tempo, ou seja, os estudantes ficariam 50 minutos a mais diariamente na escola para compensar os dias parados.

De acordo com o Governo do Estado, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) definiu um calendário padrão de reposição de aulas em razão da greve, contemplando 56 dias no 3º bimestre e 54 dias no 4º bimestre. Porém, não delimitou como cada escola deve cumprir a carga horária.

A explicação é que cada unidade entrou em greve em momentos diferentes e que por isso seria impossível definir um calendário que abrangesse todas as unidades, ficando a cargo de cada gestão montar seu calendário e levá-lo para aprovação da Seed até o final deste mês.

“Ressaltamos que os gestores escolares definirão, em conjunto com a Seed, a adequação do calendário, uma vez que a greve não atingiu todas as escolas da rede estadual e também os dias de paralisação variaram de acordo com cada unidade de ensino. Contudo, devem ser cumpridos os 200 dias letivos e 800 horas/aula, conforme o artigo 24 da Lei Federal 9394 [Lei de Diretrizes e Bases]”, afirma a nota enviada pelo governo.

Aos alunos, pais ou responsáveis a orientação é procurar a gestão da unidade na qual a criança está matriculada e pedir informações sobre o calendário de reposição. Mas já existe a informação de que haverá recesso em dezembro, provavelmente de 23 de dezembro a 23 de janeiro.

Para Luciana Martins, mãe de três filhos em idade escolar, os maiores prejudicados continuam sendo os alunos. “A greve já acabou e meus filhos ainda não sabem quando vão começar a pagar essas aulas. É irresponsabilidade de todos os envolvidos, e isso afeta principalmente as crianças, que já tinham férias marcadas desde o início do ano e não poderão ir mais”, frisou.