As chuvas fortes que caíram sobre Boa Vista ainda não foram suficientes para elevar o nível do rio Branco, principal de Roraima, que ainda registra índice negativo nesta quinta-feira (4), segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA). Na manhã deste domingo (7), a régua marcou -11 centímetros após começar a cair gradativamente a partir da noite dessa quarta-feira (3).
O rio, que ajuda a abastecer a casa de moradores de Boa Vista, registra a segunda maior seca da história. Na capital, o rio Branco atende 70% da população. Os outros 30% são de poços artesianos perfurados em vários pontos de Boa Vista.
Roraima enfrenta o período seco desde outubro, agravado pelo fenômeno climático El Niño. Além de lidar com a seca, o estado lidera o número de focos de calor do país em 2024. Com a falta de chuvas, rios têm secado e há ocorrências de incêndios florestais que consomem casas, animais, a vegetação e espalha fumaça poluída pelo ar.
Em todo estado, a distribuição de água é feita por meio rios e de poços artesianos. Ao longo dos últimos dias, estas fontes têm registrado baixas no nível de água, o que impacta a vida de moradores de cidades como Mucajaí, onde a população tem armazenado água em baldes, Pacaraima, São João da Baliza e São Luiz — as três últimas “praticamente em colapso”.
Por conta do cenário, 14 municípios, incluindo a capital, estão em situação de emergência. São eles: Amajari, Alto Alegre, Boa Vista, Cantá, Caracaraí, Caroebe, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Rorainópolis, Normandia, São João da Baliza, São Luiz e Uiramutã. Bonfim, cidade na fronteira com a Guiana, ao Norte do estado, é o único município que está fora da lista.