O resultado da auditoria realizada em Roraima por fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que avaliaram se a Agência de Defesa Agropecuária (Aderr) possui estrutura suficiente para o combate à febre aftosa, será divulgado no prazo máximo de 15 dias. A expectativa é que o anúncio seja feito pela própria ministra Kátia Abreu, que deverá fazer uma visita ao Estado.
A avaliação positiva é um dos critérios necessários para que o Estado mude o status classificado atualmente como de Médio Risco de Aftosa para Livre de Aftosa com Vacinação. A auditoria, que passou pelos municípios de Mucajaí, Iracema, Caracaraí, Rorainópolis, São Luiz do Anauá, Amajari, Pacaraima, Alto Alegre e Boa Vista, foi realizada de 23 a 27 de novembro.
Segundo o superintendente federal de Agricultura em Roraima, Plácido Alves, a auditoria serviu para que os técnicos do Mapa avaliassem as condições sistemáticas e estruturais de controle da febre aftosa. “Os auditores viram os dados cartoriais dos escritórios, o conhecimento dos técnicos da Aderr e, principalmente, a questão da vulnerabilidade do sistema de vigilância”, disse.
Em relação à estrutura, Plácido explicou que a avaliação levou em consideração vários fatores. “Verificaram se a estrutura física está compatível com os trabalhos realizados, a questão da internet, os serviços de encomendas, telefone e se os escritórios possuem condições adequadas para os veterinários e técnicos trabalharem”, comentou.
Caso seja considerado pelo Mapa como um Estado livre de aftosa com vacinação, Roraima poderá obter uma série de benefícios, como o aumento de recursos destinados para o controle da doença. “Quando Brasília avalia positivamente um Estado, passa a destinar mais recursos para o programa de febre aftosa no intuito de avançarmos ainda mais e para que alcancemos o status de livre da doença sem vacinação, que é o nosso grande objetivo”, destacou.
Com um sistema de controle e combate à febre aftosa sendo levado mais a sério, o superintendente afirmou que, se houver mudança de status, Roraima poderá exportar carne bovina para os estados vizinhos. “Vai poder exportar para o Amazonas, Pará e Rondônia, por exemplo, que possuem o mesmo status de livre da doença com vacinação”, ressaltou.
Sobre a possibilidade de exportação a outros países, como a Guiana e a Venezuela, Alves disse que o Estado deverá esperar um pouco mais. “Para a Guiana só quando atingirmos o mesmo status sanitário que é o livre sem vacinação, e para a Venezuela nós poderemos mandar depois que o resultado dessa auditoria sair e pleitearmos a área livre sem vacina, o que deve demorar mais um ou dois anos”, frisou.
Ele citou outros avanços que Roraima pode ter se alcançar o status de livre da aftosa. “Depois disso poderemos mandar carne para o mundo inteiro, melhorando o preço do produto. Além disso, o nosso produtor vai melhorar a genética do gado e valorizar as nossas terras”, pontuou.
REBANHO – Atualmente o rebanho roraimense contabiliza aproximadamente 820 mil bovinos. Na primeira etapa realizada em abril, 98% dos animais foram imunizados. Já na segunda etapa realizada em outubro, cerca de 97% do rebanho foi vacinado, segundo a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr).
Nas comunidades indígenas, a Aderr realiza a agulha oficial, que consiste em uma parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Fundação Nacional do Índio (Funai), que vai às comunidades e vacina diretamente os animais e notificam-nos.
São aproximadamente 50 mil cabeças nas terras indígenas da Raposa Serra do Sol e São Marcos e mais 20 mil cabeças nas demais comunidades espalhadas pelo Estado, totalizando, aproximadamente, 70 mil bovinos. (L.G.C)