A segunda etapa anual da campanha de vacinação contra febre aftosa, que começa no dia 1o de outubro e se estende até o dia 31, tem como meta estabelecida pela Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) e Superintendência Federal de Agricultura (SFA) a mudança de status de médio risco, que é a atual situação do rebanho do Estado, para livre com vacinação. A expectativa é erradicar o vírus nos próximos anos para alavancar a economia estadual. Casas agropecuárias já preparam as doses que serão comercializadas para imunizar cerca de 1 milhão de cabeças de gado.
O diretor presidente da Aderr, Vicente Barreto, disse que os serviços executados pela agência do Estado caracterizam-se por status sanitários, uma vez que já saíram da condição de alto risco para médio e estão alcançando o status livre com vacinação. “Futuramente, esperamos alcançar o status livre sem vacina, até a erradicação total da doença. Estamos pleiteando a evolução de médio risco para livre com vacinação. Essa etapa começa com as mesmas exigências das outras. A partir de 1º de outubro, o produtor deve procurar uma das lojas credenciadas, fazer a compra da vacina, vacinar o rebanho e notificar no escritório da agência próximo à sua propriedade até 31 de outubro. Daí ele tem até o dia 15 de novembro para completar a notificação”, explicou Barreto.
Hoje acontecerá o lançamento oficial da campanha, numa reunião com a presença de representantes do governo, da Superintendência Federal de Agricultura, dos municípios e técnicos agropecuários. “Essa campanha faz parte do calendário nacional e todos os estados têm dois meses por ano para vacinar os rebanhos. No nosso caso especificamente, é em abril e outubro. É um dos pontos para que possamos passar por auditoria, mas não quer dizer que só pelo fato de ter o rebanho imunizado, a gente consiga passar de um status para o outro”, frisou Vicente Barreto.
A Aderr destacou que alguns critérios precisam ser seguidos para que a mudança de status seja efetivada. “Um deles é a campanha, o outro é o cadastro de propriedades. O nosso serviço que é de vigilância. Para vigiar, tem que conhecer e saber quantos produtores existem no Estado e quais as propriedades. Precisamos ter pessoas capacitadas nos pontos do interior para ter capilaridade, para isso temos pessoas que foram empossadas nos últimos seis meses, aprovadas no concurso. Além disso, temos que ter mobilidade, com uma frota que permita deslocamento num caso de emergência para atuar no foco imediatamente e uma comunicação instantânea por meio da internet, trabalhando no sistema para ter as informações em tempo real, inclusive para emissão de GTA [Guia de Trânsito Animal]. É todo um sistema que precisa estar funcionando para a gente mudar de status”, ressaltou.
O superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Plácido Alves, afirmou que uma parceria com a Aderr foi estabelecida para que cada instituição realize os itens do plano a que compete. “Então, mensalmente é feita uma supervisão, quando são avaliados os trabalhos desenvolvidos de acordo com o plano. Após a supervisão, nós sentamos com a Aderr e apontamos o que encontramos em campo. Posteriormente encaminhamos ao Ministério da Agricultura. Isso foi um calendário já acertado em Brasília para elevar o status sanitário do Estado de Roraima”, disse.
O grau de risco médio foi atingido ano passado e, neste ano, a meta é evoluir para livre com vacinação. Apenas três estados continuam na batalha contra febre aftosa: Roraima, Amazonas e Amapá, sendo avaliados no mesmo plano de ação, no entanto, cada um com sua particularidade. Quem cumprir eleva o status. No Brasil somente Santa Catarina tem um rebanho livre sem vacinação.
PONTOS DE COMPRA – As casas agropecuárias credenciadas em Boa Vista já disponibilizam as vacinas que poderão ser comercializadas a partir da data de início da campanha. A vacina custa em média R$ 1,80.
Uma das empresas está se organizando para atender a demanda do Estado nas duas fases de vacinação anual. Neste ano, irá disponibilizar 400 mil doses da injeção, 10 mil a menos que ano passado. “Somos a revenda que mais atende ao público do Estado inteiro, tanto que temos sobras de vacina para pós-campanha. O que justifica a redução do rebanho é a seca forte, muitos animais foram abatidos, outros são vendidos para o Amazonas e não teve uma reposição dos animais. No entanto, temos um número que gira em torno de 900 mil a 1 milhão de cabeças de gado”, informou o empresário Renato Lopes. (J.B)