Roraima é o Estado do País com o maior percentual de estudantes de escolas públicas e privadas menores de idade que sofreram estupro. Conforme a pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense 2015), divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 7,3% dos jovens entrevistados relataram já terem sido forçados a ter relações sexuais.
Questionados sobre quem os forçou, 9,9% relataram ter sofrido abusos por parte de familiares, como pai, mãe, padrasto ou madrasta. Outros 16,8% informaram que foram estuprados por outros familiares; 16,8%, por amigos; 29%, namorados (as); 20,2%, desconhecidos; e 12,8%, por outros.
A pesquisa também apontou que Roraima tem o maior índice de estudantes que afirmaram já ter tido relações sexuais (41,4%), acima da média nacional, que é de 27,5%. Daqueles que relataram já ter iniciado a vida sexual, 58,4% relataram que um dos parceiros fez uso de preservativo.
Participaram da pesquisa 3.318 estudantes do 9º ano do ensino fundamental, com média de idade de 14 anos, de escolas públicas e privadas da Capital e dos 14 municípios do interior. Quanto à promoção de ações de prevenção e assistência em saúde, promovida pelas escolas, informando quanto à saúde sexual, os resultados revelaram que 87,3% dos alunos do 9º ano do ensino fundamental receberam informações, na escola, sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e Aids.
GRAVIDADE – Segundo a titular do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA), da Polícia Civil, delegada Jaira Farias, os números demonstram a gravidade da situação por se tratar de menores de idade.
“Geralmente esse índice é alto, nós temos conhecimento disso. É preciso enfatizar que esses estudantes são menores de idade e convivem com esse trauma ainda na escola”, disse.
Conforme ela, o combate ao estupro de menores vem sendo feito por meio de pedido de prisão preventiva contra os criminosos. “A Polícia tem tentado combater com vários mandados de prisão preventiva, que é uma forma de coibir esse tipo de crime”, destacou.
A delegada informou que a maioria dos procedimentos instaurados parte de denúncias anônimas. “Principalmente quando se trata de situação na família, quando o abusador é o padrasto ou outro parente. Temos tentado coibir, por meio da prisão, instaurando procedimento, e se houve qualquer denúncia anônima, nós correremos atrás”, frisou.
As denúncias podem ser feitas pelo Disque 100 ou no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA), localizado na rua Lindomar Bernardo Coutinho, 1451, bairro Tancredo Neves, zona Oeste, das 07h30 até 19 horas. (L.G.C)