Roraima celebra 36 anos de crescimento e oportunidades

Localizado mais ao norte do Brasil, o estado tem muitas histórias

Bandeira de Roraima no Centro Cívico de Boa Vista (Foto: Arquivo FolhaBV)
Bandeira de Roraima no Centro Cívico de Boa Vista (Foto: Arquivo FolhaBV)

Neste sábado (5), Roraima comemora 36 anos como unidade federativa do Brasil. O estado é um exemplo de harmonia entre sua rica biodiversidade e a diversidade cultural de sua população, o que gera desafios e, ao mesmo tempo, muitas oportunidades.

Localizado mais ao norte do Brasil, Roraima inicia sua história com diversas etnias indígena, começando a ser explorado no século XVII pelo português Pedro Teixeira, que nomeou o principal rio do estado de “Branco”. Segundo o Departamento de Turismo, a colonização se intensificou com a chegada de europeus em busca de recursos naturais e da captura de indígenas para escravização.

A partir de 1741, o governo português começou a resgatar índios e incentivou a introdução de gado, atraindo migrantes de outras regiões do Brasil, especialmente nordestinos. Muitos anos depois, a região se tornou um Território Federal em 1943 e, em 1988, conquistou o status de estado. Mas não deixou de receber pessoas de vários lugares do mundo.

Um estado de oportunidade

Atualmente, Roraima é conhecido por sua diversidade cultural e ambiental, reunindo tradições indígenas, afrodescendentes e imigrantes, cercados por paisagens naturais impressionantes. Entre as histórias que destacam o potencial do estado está a de Marcos Edwards, o Mike Guy-Brás. Ele percorreu nove dias a pé até chegar à capital, Boa Vista, há mais de 30 anos.

Mike Guy-Bras chegou em Roraima há mais de 30 anos. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

“Quando eu cheguei aqui, fui logo procurar trabalho. Sempre gostei de trabalhar e tinha a esperança de que minha vida mudaria para melhor. Tive a chance de vender doces em frente à Escola São José, onde comecei a tocar violão pela primeira vez”, conta Mike, que antes era garimpeiro e hoje é um empreendedor conhecido no cenário do reggae no norte do Brasil. Além disso, ele construiu uma família com cinco filhos.

Outro exemplo marcante é o médico infectologista Mauro Asato, que se mudou de Presidente Prudente, São Paulo, para Roraima em 1995. Ele chegou para ajudar a melhorar a saúde no estado. “O início foi desafiador. A infraestrutura era muito diferente do que eu conhecia. Mas, com o tempo, conseguimos muitas conquistas, como diminuir a necessidade de tratamento em casa e formar novos médicos na região”, explica Mauro.

Local que acolhe

Mauro Asato é médico infectologista (Foto: Arquivo FolhaBV)

A trajetória de Mike reflete como Roraima possibilita que pessoas de diversas origens prosperar e se reinventar. Para ele, “a música e o acolhimento da população roraimense foram fundamentais” em sua jornada. Já na história de Mauro, a solidariedade que recebeu durante sua luta contra a COVID-19 é o seu maior motivo de agradecimento.

“O que mais marcou nesse estado foi a solidariedade quando eu adoeci com o Covid, com o risco de morte. A população do estado de Roraima fez com que uma corrente de oração e preces me ajudasse a recuperar. Agradeço ao povo de Roraima por toda essa oportunidade que me foi dada”.

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