Roraima deve ter novo sistema de energia elétrica

O ministro de Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, alterou o regulamento do FDA para implementar a nova linha de transmissão

Roraima deve ter novo sistema de energia elétrica

Roraima deve ter novo sistema de energia elétrica, segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Na última quinta-feira (12), o ministro Waldez Góes aprovou m ajuste no regulamento do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) que permite uma nova linha de transmissão energética no estado.

Conforme as informações, o objetivo é igualar o tratamento entre os fundos de desenvolvimento e apoiar projetos importantes como o Linhão Manaus – Boa Vista. O projeto está propondo uma operação de R$ 1,7 bilhões junto ao FDA, em complemento aos R$ 800 milhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) contratados com o Banco da Amazônia, totalizando R$ 3,5 bilhões.

“Um projeto que vai gerar 3.500 empregos diretos, com respeito aos povos indígenas originários, redução de emissões, mais segurança energética e um ambiente de negócios ainda mais dinâmico, inclusivo e sustentável para a Amazônia”, destacou o secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares.

O projeto já está em análise na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

Apesar do anúncio ocorrer em meio a possível suspensão de gás natural do Campo do Azulão (Silves/AM) a Jaguatirica II (Boa Vista/RR), o ministério apenas afirmou que “com o apoio do MIDR e o reconhecimento da urgência do estado, os recursos provenientes do FDA tornarão viável o atendimento da população roraimense”.

Abastecimento energético de RR

O abastecimento energético de Roraima tem sido marcado por desafios históricos e continua a enfrentar obstáculos em 2024. O estado é o único do Brasil que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o que o obriga a recorrer a fontes alternativas para garantir o fornecimento de energia.

Desde 2001, a energia de Roraima vinha sendo abastecida principalmente pela interligação com a Venezuela. No entanto, entre 2019 e 2023, o fornecimento de energia foi interrompido devido à crise política e econômica no país vizinho, além dos constantes apagões. Com a situação, o estado passou a depender unicamente de usinas termelétricas locais com capacidade de 400MW.

Usina Termelétrica Jaguatirica II funciona na zona rural de Boa Vista (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Em 2024, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a retomada da importação de energia venezuelana. Além disso, Roraima aguarda a conclusão do Linhão de Tucuruí, um projeto essencial para a integração do estado ao SIN, mas que enfrenta atrasos.

Ainda assim, a situação permanece instável, especialmente com a recente recomendação do Ministério Público Federal que pode comprometer o fornecimento de gás natural para uma das usinas termelétricas em Boa Vista, responsável por 70% do abastecimento estadual.