Cotidiano

Roraima diminui pobreza multidimensional na infância e adolescência, diz Unicef

O artigo analisou sete dimensões: renda, educação, acesso à informação, água, saneamento, moradia e proteção contra o trabalho infantil

Foto: Divulgação/Unicef)
Foto: Divulgação/Unicef)

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou na última quinta-feira (16), dados onde é possível analisar a redução do número de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos vivendo na pobreza, em suas múltiplas dimensões em Roraima. O estudo foi publicado na nova edição do estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil – 2017 a 2023.

Em 2019, eram 78,3% e, em 2023, o número caiu para 71,7%. No Brasil, eram 59,5% caindo para 55,9%, no mesmo período. A redução da pobreza multidimensional em todo o País foi influenciada principalmente pelo aumento da renda, beneficiado em especial pela ampliação de programas, como o Bolsa Família, e pela melhoria no acesso à informação.

O artigo, baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), analisou sete dimensões fundamentais: renda, educação, acesso à informação, água, saneamento, moradia e proteção contra o trabalho infantil.

“A pobreza infantil é multidimensional porque vai além da renda. Ela é resultado da relação entre privações, exclusões e vulnerabilidades que comprometem o bem-estar de meninas e meninos. Crianças e adolescentes precisam ter todos os seus direitos garantidos de forma conjunta, já que os direitos humanos são indivisíveis. Os resultados deste estudo mostram que o Brasil conseguiu avançar nas diversas dimensões avaliadas, reduzindo a pobreza multidimensional e impactando positivamente meninas e meninos em todo o País”, explica Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais do UNICEF no Brasil.

Roraima registrou em 2023, 11,6% das crianças estavam privadas de educação, 5,4% de informação, 5,6% estavam em trabalho infantil, 26,7% estavam privadas de moradia adequada, 6% sem água adequada, 45,5% sem saneamento adequado e 27,3% privadas de renda.

No Brasil, no mesmo ano, 7,7% das crianças estavam privadas de educação, 3,5% de informação, 3,4% estavam em trabalho infantil, 11,2% estavam privadas de moradia adequada, 5,4% sem água adequada, 38% sem saneamento adequado e 19,1% privadas de renda.

Tópicos debatidos no estudo:

Renda

A dimensão de renda foi uma das que apresentou uma redução mais significativa no estudo, caindo de 25,4% das crianças em privação de renda em 2017 para 19,1% em 2023. Esta melhoria pode ser atribuída à expansão do programa Bolsa Família, dentre outros fatores. Além do aumento no valor do benefício, houve crescimento expressivo no número de famílias atendidas.

Em termos absolutos, o estudo mostra que em 2019, 750 mil crianças e adolescentes saíram da pobreza devido ao Bolsa Família. Em 2022, esse número saltou para 2,9 milhões, até crescer mais uma vez para 4 milhões, em 2023.

Educação

Em relação à educação, o estudo analisou as privações de acesso à escola na idade certa e alfabetização. Olhando apenas a dimensão de alfabetização, cerca de 30% das crianças de 8 anos não estavam alfabetizadas em 2023. Esse é um reflexo das dificuldades enfrentadas por elas nos anos de 2020 e 2021, quando tinham entre 5 e 6 anos, período marcado pelo ensino remoto e pela falta de acesso a recursos educacionais e suporte pedagógico adequados. Situação semelhante é observada em crianças que tinham 9 e 10 anos em 2023, mostrando os impactos que a pandemia causou em meninas e meninos que estavam nos primeiros anos da Educação Básica.

Desigualdades regionais

Separado por Unidades da Federação, o estudo mostra avanços na grande maioria dos estados. Embora o Norte e Nordeste continuem apresentando os maiores desafios, foram observadas reduções de até 10 pontos percentuais da pobreza multidimensional em alguns estados dessas regiões entre 2017 e 2023.

“Apesar do Relatório demonstrar uma tendência de melhora, se faz necessário fortalecer o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas abrangentes que vão além do foco na redução da pobreza monetária. Esta ação é fundamental para que todas as crianças e adolescentes possam viver livres de privações múltiplas”, explica Tâmara Simão, chefe do escritório do UNICEF em Roraima.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.