Cotidiano

Roraima é o segundo que mais emprega servidores públicos

A pesquisa Perfil dos Estados Brasileiros 2017 (Estadic), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a Região Norte é a que mais emprega funcionários públicos no país. O Estado do Acre ficou em primeiro, com 6,8%, Roraima em segundo com 6,2% e Amapá com 6%. A chamada economia do contracheque é muito conhecida no Estado por conta da escassez de distritos industriais e empresas privadas.

Em Roraima, a administração pública é a que mais contrata, seja de forma direta ou indiretamente, com serviços de empresas terceirizadas que realizam trabalho para o setor público. Em relação ao setor industrial, mesmo que esteja crescendo no Estado, ainda acontece de forma lenta e não oferece tantas oportunidades de contratação quanto ao serviço público.

Os dados mostram que o número de funcionários públicos estaduais passa de 24 mil servidores, considerando as administrações direta e indireta, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. Já na Prefeitura de Boa Vista, o número de servidores municipais chega a 9.778, entre efetivos, comissionados, contratos temporários e seletivados.

Para o economista Fábio Martinez, existem benefícios para quem está enquadrado como funcionário público, um deles é o salário, que chega a ser maior que na iniciativa privada. “Isso acaba chamando a atenção, principalmente dos jovens que acabam estudando para passar em um concurso público porque sabem que vão ter uma remuneração bem melhor do que teriam na iniciativa privada. A outra grande vantagem é da estabilidade e as pessoas acabam focando nisso, de encontrar um lugar que garanta estabilidade”, explicou.

Martinez comentou que a “economia do contracheque” garante a estabilidade econômica do Estado, porque é certo que os servidores vão receber seus salários. Mas, por outro lado, isso torna o Estado dependente da administração pública, principalmente do Governo Federal. “Em Roraima, órgãos federais têm um orçamento maior e podem contratar mais pessoas, o que gera certa dependência dos nossos governantes a nível federal. Olhando localmente isso é ruim porque é interessante ter um crescimento que saia do estado de Roraima, não que seja dependente de um ente de fora”, ressaltou.

Nos momentos de crises financeiras, as empresas privadas dificilmente voltam a se recuperar, o que gera demissões em massa. Isso raramente acontece dentro do setor público, conforme explicou o economista, assim, garante que os funcionários procurem esta estabilidade na carreira.

Os concursos públicos acabam sendo uma motivação que tendencia para o crescimento e permanência de funcionários públicos em Roraima, mas que a baixa aplicação desses seletivos e a demora nas chamadas para ocuparem as vagas dificultam esse tipo de contratação.

“A gente tem uma tendência ao envelhecimento natural das pessoas e acaba abrindo mais vagas de aposentadorias. Temos uma estrutura muito grande de serviços públicos, por sermos uma capital, e existem várias autarquias e entidades federais que estão locadas aqui, então tem a tendência do crescimento, mas é um crescimento baixo. Se somar os últimos concursos públicos não dá um volume tão significativo assim, comparando com as contratações da iniciativa privada”, finalizou Fábio. (A.P.L)

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