Cotidiano

Roraima Energia consulta Aneel sobre efeito da alta do diesel na conta

Por dia, é consumido mais de 1,05 milhão de litros de diesel para abastecer Boa Vista e sua região

A Roraima Energia informou à FolhaBV, nesta quinta-feira (17), que encaminhou a análise sobre os efeitos da alta do óleo diesel na conta de luz para avaliação e deliberação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em conjunto com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e o Ministério de Minas e Energia.

Em nota, a empresa explicou que como o Estado está ainda isolado do SIN (Sistema Interligado Nacional), apenas parte dos custos de geração são considerados nas revisões tarifárias pela Aneel. “Os custos excedentes de geração são subsidiados pela Conta Consumo Combustível (CCC), cabendo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) reavaliar e aplicar esses custos na revisão tarifária que ocorre anualmente, no nosso caso, em 1º de novembro”, completou.

Boa Vista é a única capital do País que não está conectada ao SIN e, portanto, depende completamente de usinas a óleo diesel. Por dia, é consumido mais de 1,05 milhão de litros de diesel para abastecer a cidade e sua região.

Conta complicada

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, governo federal e órgãos do setor elétrico ainda fazem as contas, uma equação complicada em função da volatilidade diária que domina os preços dentro e fora do Brasil, mas o fato é que o preço do óleo diesel subiu, e esse repasse é inevitável para bancar as operações de usinas térmicas movidas pelo combustível.

Essas usinas, que são as mais caras de todas as fontes de geração, já foram acionadas à exaustão até o fim do ano passado, por causa da crise hídrica. Com as chuvas de verão, parte delas foi desligada, mas ainda assim há centenas que continuam em operação, por dois motivos: o primeiro é que essa geração ajuda a preservar os reservatórios das hidrelétricas para que eles atravessem o período seco; o segundo é que as térmicas a óleo são, basicamente, a única fonte de energia elétrica em centenas de municípios do Brasil que ainda não estão conectados ao sistema nacional de transmissão de energia.

Seja qual for o motivo de acionamento das usinas a óleo, quem paga mais essa conta é o consumidor. Cada centavo gasto por essas térmicas é bancado por um encargo embutido na conta de luz, a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). No fim do ano passado, já se previa que as despesas com o encargo subiriam 21% neste ano, chegando a R$ 10,3 bilhões, justamente em função do aumento dos preços dos combustíveis. Agora, em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia e das dificuldades de se prever os impactos nos preços dos combustíveis, não se sabe exatamente onde isso vai parar.

*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo