Cotidiano

Roraima envia representantes para debate sobre universalização do SUS

No começo desse mês, Brasília sediou as ações da 15ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), uma ação importante que discutiu os rumos da saúde pública no país. Reunindo gestores públicos, trabalhadores da saúde, lideranças de movimentos e membros da sociedade civil organizada, o evento debateu vários pontos, mas o principal deles foi a reorganização do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Foram várias as propostas debatidas, mas a principal delas diz respeito à questão da regionalização do SUS, sob o prisma das responsabilidades das esferas de governo. A ideia é que todos os agentes públicos passem a trabalhar de forma mais coerente, participativa, de forma complementar. Ou seja, um ajudando ao outro, porque a política do SUS é muito sólida em diversos aspectos, mas a gente precisa implementá-la de uma forma que o usuário realmente receba essas políticas como elas são”, comentou a conselheira regional de Farmácia e membro da delegação roraimense da CNS, Irlany Moreno.  

Conforme a conselheira, a delegação roraimense foi composta por 48 delegados, uma das maiores participações registradas até o momento. Segundo ela, cerca de 70% das propostas aprovadas nas etapas municipais e Estadual, também tiveram aprovação no evento.

“A nossa presença nessa etapa foi primordial para mostrar a realidade de Roraima para o âmbito nacional. Infelizmente a participação da delegação só não foi completa pelo fato das dificuldades de retorno que nós temos, como a questão das passagens aéreas”, frisou.

“Como no último dia houve a participação da presidente Dilma Rousseff, isso acabou tomando o tempo da manhã inteira, atrasando a realização da plenária final, no último dia de Conferência. No entanto, 70% das nossas propostas acabaram sendo aceitas dentro dos grupos de discussão e quando isso ocorre, não há necessidade de levá-las para a plenária final. Então, acredito que realizamos um trabalho coeso, firme, onde a gente conseguiu fazer com que essas propostas em sua maioria fossem aprovadas de forma imediata”, destacou.

Além das propostas de cada Estado, o evento tratou ainda de discutir pontos relevantes sobre a universalização da saúde pública, principalmente no projeto que pretende privatizar o SUS no país. A ideia motivou até uma marcha pública contra a proposta, que contou com a participação de 10 mil pessoas.

“Essa é uma questão que nós fazemos sempre questão de discutir. Inclusive há fóruns nacionais só com esse assunto e a gente pretende trazer esses fóruns também para cá, porque hoje a gente vê muito uma questão que a gente chama de ‘dupla porta’ de entrada do SUS, onde hospitais públicos aderem a convênios privados e o usuário, mesmo sendo do sistema universal, hora é atendido prioritariamente, com uma qualidade diferenciada de serviço, hora de forma discriminatória. Então, o que a gente conseguiu aprovar na conferência foi uma diretriz prioritária que acabe com essa dupla porta, além da questão também da privatização do SUS. Esse é um sistema público, que precisa ser universal. Ou seja, acessível para todos. Nós temos condições de fazer isso acontecer, bastando apenas que todos trabalhem juntos, resultando em um sistema de melhor qualidade”, frisou. (M.L)