Um mapeamento divulgado pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/SP) mostra que Roraima consta entre os noves estados, onde as maiores facções do país e ex-aliadas no mundo do crime, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) estão em confronto direto pelo domínio da rota de tráfico de drogas e dos presídios.
Os outros nove estados brasileiros são: Acre, Amapá, Alagoas, Ceará, Pará, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Dos nove estados listados acima, sete estão entre os que tiveram as maiores taxas de mortes violentas em 2017, de acordo com pesquisa divulgada no 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Para a dupla de estudiosos Camila Nunes Dias e Bruno Paes Manso, o projeto de expansão da facção paulista pelo Brasil se chocou com os planos do CV e de facções locais e tem relação direta com o alto índice de homicídios nesses locais.
“A chegada do PCC no mercado de drogas de outros estados produziu enorme instabilidade dentro e fora dos presídios, promovendo alianças e rivalidades violentas, tendo um reflexo no aumento das taxas de homicídios, como ocorreu principalmente nos estados do Norte e Nordeste”, afirmam.
A expansão nacional do PCC teve impulso nos últimos quatro anos, quando autoridades estimam que o grupo conseguiu batizar cerca de 18 mil novos membros, sendo 3.000 em cidades paulistas e outros 15 mil nos outros estados. Neste outro mapa , é possível ver a influência do PCC em cada estado brasileiro.
O Ceará é um caso emblemático da guerra de facções. Fortaleza tem o segundo maior índice de mortes violentas entre as capitais brasileiras: 77,3 vítimas a cada 100 mil habitantes.
Além das duas grandes facções, a gangue local GDE (Guardiões do Estado) também disputa a hegemonia nas prisões e nos pontos de venda de drogas cearenses. Atualmente aliada ao PCC, a GDE foi responsável por uma chacina em janeiro que resultou na morte de 14 pessoas.
Dias depois, presos ligados ao CV mataram dez rivais do PCC em uma cadeia do estado , como forma de represália.
“Com dois portos importantes, Pecém e Mucuripe, o Ceará é muito importante dentro da logística do tráfico internacional de cocaína para países europeus e africanos”, afirma um agente da Polícia Federal que investiga o crime organizado na região Nordeste.
Com informações Uol