Na primeira quinzena de janeiro deste ano, Roraima já havia registrado 283 focos de incêndio em todo o Estado. À época, o número já era equivalente ao dobro dos focos constatados em janeiro de 2017. Três meses depois, a realidade já é outra. Até esta segunda-feira, 9, cerca de 1.800 focos foram fichados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), sendo 470 em janeiro, 548 em fevereiro, 727 em março e 83 em abril.
De maneira geral, as principais incidências de focos de queimadas acontecem no Arco do Fogo, uma região de lavrado situada na região noroeste do Estado que concentra um número relevante de assentamentos rurais. À medida que são realizados desmatamentos e demais derrubadas, o arco aumenta. “Por isso as queimadas são comuns nessa região”, pontuou o auxiliar de planejamento da Operação Roraima Verde, subtenente Emerson Lucena.
A maior concentração de queimadas nestes quatro primeiros meses ocorreu nos municípios de Caracaraí, Rorainópolis e Cantá. Em contrapartida, o município de Amajari e a Vila Campos Novos, em Iracema, foram os locais mais afetados com incêndios de grandes proporções, principalmente em fevereiro e março. Em Amajari, os incêndios chegaram a atingir casas em regiões rurais. Na Vila, foram comprometidas plantações de banana e pastos.
Para atender as demandas, a Defesa Civil instalou de forma temporária bases avançadas de combate a incêndio. Simultaneamente, as equipes de serviço diário de Rorainópolis, Pacaraima e Caracaraí, onde há instalações do Corpo de Bombeiros, já atendiam as ocorrências de diversos locais do Estado. Até o momento, já foram contabilizadas mais de 600 ocorrências.
Na avaliação do subtenente, a maior porcentagem das queimadas acontece em razão de um hábito cultural de queima por parte de agricultores e produtores de zonas rurais. “Muitas vezes ocorrem incêndios criminosos. Contudo, na maioria das vezes, eles fazem a queima para fins de plantações e pasto para gado. O problema é que muitos perdem o controle do fogo, que acaba atingindo a floresta e formando um incêndio de grandes proporções”, explicou.
ORIENTAÇÃO – A primeira orientação dada pelo subtenente foi de não realizar a queima. Entretanto, caso seja necessário, a orientação é procurar uma autorização junto aos órgãos competentes, como a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e seguir as orientações. Além disso, ao realizar a queimada, buscar segurança utilizando equipamento apropriado, como mochilas costais, a fim de tentar segurar um possível descontrole de incêndio, caso aconteça. (A.G.G)