O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) manteve Roraima com o status de médio risco para a febre aftosa. O resultado definitivo da auditoria realizada pelo órgão elevou a nota do Estado para 8,7, mas o resultado foi insuficiente para alcançar o status de área livre de aftosa com vacinação.
No mês passado, Roraima obteve nota 8,0 no resultado preliminar da auditoria realizada por técnicos do Mapa, em novembro de 2015. A Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) chegou a encaminhar relatório ao ministério, em Brasília, com as adequações exigidas para que o Estado obtivesse avaliação positiva, mas a mudança de status não ocorreu.
Segundo o diretor-presidente da Aderr, Vicente Barreto, o Mapa detectou que Roraima precisa realizar adequações antes de ser considerado como área livre. “No relatório preliminar, nós tivemos uma pontuação e, depois de contestarmos, conseguimos aumentar a pontuação de 8,0 para 8,7. Dos três estados que pleiteiam a área livre, o nosso foi o que mais se destacou”, disse.
Conforme ele, o ministério solicitou melhorias estruturais e administrativas no setor. “Questões de supervisões internas que precisam ser melhoradas, procedimentos padrões que nós já temos, questões de internet e alguns pontos que precisamos melhor em comunicação. Algumas já foram até resolvidas, a exemplo das supervisões”, comentou.
O presidente explicou que o fato de Roraima fazer fronteira com Venezuela, Guiana e Amazonas pode ter influenciado na decisão do Mapa. “Isso não quer dizer que o Estado vai permanecer nesse status. O médio risco não é uma situação que mostra que o Estado parou ali. Se nós não estivéssemos em uma região como a Amazônica e em uma fronteira de países que não informam nada, nós passaríamos”, frisou.
Apesar de não ter conseguido obter o status de livre de aftosa com vacinação, Barreto disse que o resultado da auditoria não decepcionou. “O que decepcionou foi não termos passado imediatamente para o status de livre com vacinação. Nós estamos avançando, mas a homologação desse avanço não é tão simples como a gente gostaria que fosse e como a população estava esperando”, lamentou.
A expectativa do setor era de que, com a elevação de status, o Estado obtivesse uma série de benefícios, como o aumento de recursos destinados para o controle da doença e o direito de exportação da carne. “Nós não temos limitação para a venda de carne, o nosso mercado com o Amazonas continua fortalecido. Com relação à venda internacional nós vamos primeiro passar para livre de aftosa internamente e depois vamos pleitear a área livre com vacina a nível internacional. Isso não vai gerar prejuízos ao Estado e, por enquanto, nosso mercado está garantido”, frisou.
A expectativa agora é que uma nova auditoria seja realizada, ainda este ano. “Os técnicos do Mapa farão uma nova auditoria. Esse é o resultado definitivo, tivemos uma boa pontuação, mas ainda não é o que a gente almeja. Nós sempre trabalhamos com o objetivo de 100%, não existe meia defesa com 87 ou 90”, frisou.
O último caso de febre aftosa notificado no Estado de Roraima ocorreu no Município de Caroebe, região Sudeste do Estado, no ano de 2001. (L.G.C)