Cotidiano

Roraima não tem projetos para diminuir uso de plástico

Diminuir os impactos causados pelo lixo nos oceanos parece tarefa difícil, mas aos poucos, pequenas atitudes podem fazer grandes diferenças. Em meio a uma série de mudanças sustentáveis, a proibição de uso do plástico se torna cada vez mais presente em diversas localidades do mundo. Recentemente, o Parlamento Europeu aprovou uma série de proibições do uso de produtos plásticos, entre canudos, cotonetes, copos e até recipientes de alimentos.

A proibição começa a valer somente em 2021, tempo suficiente para ter adequações junto à população, que irá aprender a consumir mais produtos reutilizáveis e que possuam maior duração. O plano é que até 2030 as embalagens na União Europeia estejam dentro do novo padrão, com a esperança que as regras possam ser seguidas também no restante do mundo.

No Brasil, leis municipais e estaduais começam a tentar entrar no meio ambiental com a proibição do uso de canudos plásticos. A medida surgiu como um novo padrão para substituir o artefato que pode prejudicar a vida marinha, que é o canudo de aço, bambus e outros materiais ecológicos. 

Roraima, entretanto, ainda não tem projetos de leis que possibilitem a ampliação dessa nova conscientização de forma mais dura. Algumas empresas já aboliram o uso de copos descartáveis e incentivam que o funcionário leve um copo de porcelana para evitar mais lixo desperdiçado no meio ambiente. 

“Percebemos que esse movimento vem ocorrendo no mundo todo e ganhando força a cada dia, possivelmente após viralizar por grupos ambientalistas vídeos de animais marinhos mortos ou seriamente doentes por terem engolido itens plásticos como sacolas, por exemplo”, relatou a chefe de Divisão de Educação Ambiental da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ana Carolina Morais.

Ela explicou que no País existe um projeto aprovado da Comissão de Meio Ambiente (CMA) que prevê a retirada gradual do plástico da composição de alguns produtos, como pratos, copos, bandejas e talheres. De acordo com Ana Carolina, a ideia é que esses itens sejam substituídos por materiais biodegradáveis. 

“O caso é muito sério e vem se agravando a cada dia com toneladas de lixo plástico sendo descartados de forma incorreta. Em Roraima, não é diferente, pois no último dia 23 de março realizamos uma ação integrada chamada ‘Amigos do Rio’, quando foi retirada em todo o Estado aproximadamente uma tonelada de lixo que em sua grande maioria era plástico”, relatou.

A ambientalista lamentou a falta de leis específicas para mudar esse cenário no Estado, mas afirmou que é preciso ter um trabalho com a Câmara Municipal de Boa Vista e a Assembleia Legislativa para que esses materiais possam ser proibidos e os impactos sejam diminuídos. Já o assessor do Instituto Socioambiental (ISA), Ciro Campo, alega que medidas urgentes precisam ser tomadas para evitar que os danos nos oceanos sejam irreversíveis futuramente.

“É uma medida importante, feita de forma gradativa, mas contínua para que a gente não caminhe para contaminação dos nossos oceanos. Devemos reduzir o uso de todos os plásticos de uso único, assim como olhar para os aterros sanitários que tenham destinação correta de todos os plásticos”, relatou. (A.P.L)