Roraima é o segundo estado do país com o maior preço de gás de cozinha. O valor da botija de 13kg custa R$ 88, perdendo o primeiro lugar apenas para Mato Grosso, onde a botija do mesmo peso chega a custar R$ 95. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIESF) que analisa os impactos na alta de preços na vida da população Brasileira.
De acordo com o DIESF, o aumento eleva o custo de vida e deprecia o valor dos salários do trabalhador, já que o gás de cozinha é elemento essencial de consumo. No mesmo período do ano passado o valor da botija de 13kg era de R$ 83 reais e não registrou aumento no estabelecimento de menor preço da capital. Já a de 8kg que registrava o valor de R$ 62 reais teve aumento de 1,61% e a de 5kg que era de R$ 45 reais teve redução de 3,62%.
Nos lugares mais caros ainda comparando aos preços de 2018 no mesmo período desse ano, a botija de 5kg chega a custar 11,11% mais cara, a de 8kg, 11,29% e a de 13kg, 6,02%. Acompanhe a tabela com os atuais valores encontrados no mercado:
Preço das Botijas por kg
Comerciantes explicam repasses elevados do gás ao consumidor
De acordo com o comerciante Gilberto Lopes, a justificativa para o repasse de preços elevados aos roraimenses tem a ver com o transporte e política de venda das revendedoras.
“Temos apenas duas empresas atuando no estado. O gás vem de Porto Velho, passa por Manaus e chega a Roraima para ser envasado aqui por uma das maiores distribuidoras. Tecnicamente isso deveria baratear para os revendedores, mas não é o que acontece, e nós, donos dos estabelecimentos, não podemos fazer preços inferiores, senão não teremos lucro e nem capital para sustentar o comércio”, explicou.
Já Caroline Ramalho, dona de estabelecimento com um dos preços mais baratos na venda de gás em Boa Vista, não abre mão de manter os preços acessíveis aos clientes.
“É um pouco difícil manter a loja com os valores tão baixos. Temos apenas um entregador e não possuímos capital de giro para fomentar o crescimento do comércio. O lucro é voltado apenas para sustento do que já temos. Meu objetivo é conquistar clientes, já que a concorrência é alta, mas se a população realizar pesquisa de preço, provavelmente sairemos em vantagem”, disse Caroline.
A aposentada e dona de casa Shirley Moraes, disse os preços das botijas de gás de cozinha revelam a despreocupação do Governo Federal com o consumidor de Roraima. “Existem famílias que chegam a consumir uma botija de 13kg por mês. Viver com um salário é quase impossível, já que o gasto com um bujão chega a quase 8% de um salário mínimo. Daqui a pouco montaremos fogueiras no quintal, porque tudo aumenta, menos o dinheiro no banco do brasileiro”, desabafou.
Próximo reajuste é previsto para o mês de agosto
A Petrobras anunciou em 2018 que os reajustes de preços para o gás de cozinha passariam a ser trimestrais. Já em 2019, houve dois registros de aumento, sendo o último em maio, com previsão do próximo para o mês de agosto. O que definirá os percentuais de ajustes será o período de apuração das cotações internacionais e do câmbio.
Em 2017, o gás registrou aumento de 16%, o mais caro de acordo com dados do IBGE. Em janeiro de 2018 houve apenas um registro de diminuição no preço do gás de cozinha, -5%, já em novembro o maior aumento foi registrado em 8,5%. Acompanhe a tabela: