A 8ª edição do MAPEAR, um levantamento dos pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais brasileiras, foi lançada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em parceria com a Childhood Brasil, durante o 14º Encontro Na Mão Certa.
A cada dois anos, as informações são consolidadas em um documento, que é utilizado como ferramenta preventiva de orientação para enfrentamento qualificado e integrado entre órgãos, instituições e empresas privadas.
Entre 2019 e 2020, a PRF apurou 3.651 pontos vulneráveis nas rodovias federais, sendo 470 qualificados como críticos, o que aponta uma redução de 0,4% em relação ao biênio anterior e de 50,8% quando comparado a 2009, em que foram levantados 924 pontos críticos.
Segundo o levantamento, em Roraima, foram registrados, em 2019 e 2020, 14 pontos vulneráveis à exploração de crianças e adolescentes em rodovias federais que cortam o Estado. Em relação ao biênio anterior, quando foram identificados apenas 5, houve um aumento de 180%.
Cerca de 60% dos locais críticos se encontram em áreas urbanas e quase a metade dos vulneráveis estão em postos de combustível às margens de rodovias.
As regiões com maior número de pontos vulneráveis são Nordeste (1.079), Sul (896), Sudeste (710), Centro-Oeste (531) e Norte (435). Os estados do Paraná, Minas Gerais, Bahia, Goiás e Rio Grande do Sul, respectivamente, apresentam a maior incidência, segundo a pesquisa.
O levantamento considera as “características vulnerabilizadoras” e não somente pontos de efetiva exploração. Dessa forma, é feita uma classificação do local e um direcionamento das ações de forma efetiva no enfrentamento aos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes.
Com o mapeamento dos pontos vulneráveis, as ações da PRF são mais eficientes tanto no combate aos exploradores, quanto no resgate de crianças e adolescentes.
“O enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes é um trabalho complexo e necessita uma atuação articulada e intersetorial, pois trata-se de um crime multicausal”, explicou Eva Dengler, gerente de Programas e Relações Empresariais da Childhood Brasil.
A PRF é parte fundamental de um mecanismo que trabalha de maneira articulada em um acordo de cooperação técnica específico de combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Ministério Público do Trabalho e Childhood Brasil.
Denúncias podem ser feitas, inclusive de forma anônima, por meio do Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e do número de emergência da PRF 191.
Acesse o MAPEAR 2019/2020 – http://www.namaocerta.org.br/pdf/mapear2019_2020.pdf
Sobre o PNMC
O Programa Na Mão Certa tem como principal objetivo promover uma ampla união de esforços para acabar com a exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras. Lançado em 2006 pela Childhood Brasil, congrega as empresas através da adesão ao Pacto Empresarial Contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras. O objetivo é enfrentar essa grave violação de direitos humanos.
Empresas e entidades empresariais, em todo o país, aderiram ao Pacto Empresarial, propondo ações para proteger crianças e adolescentes da exploração sexual nas estradas. A principal estratégia adotada pelas empresas é a sensibilização dos motoristas de caminhão, para que atuem como agentes de proteção dos direitos de crianças e adolescentes.
Sobre a Childhood Brasil
A Childhood Brasil é uma organização brasileira que faz parte da World Childhood Foundation, instituição internacional criada em 1999 pela Rainha Silvia da Suécia. O seu foco de atuação é a proteção da infância e adolescência contra o abuso e a exploração sexual. A organização se tornou referência no país pois já desenvolveu e apoiou projetos que vêm transformando a realidade da infância brasileira vulnerável à violência, dando visibilidade e dimensão ao problema, implantando soluções efetivas adotadas por setores empresariais, serviços públicos e educando a sociedade em geral. Para mais informações, acesse o site: www.childhood.org.br.