Em Roraima, 6,4% dos jovens de 16 e17 anos já abandonaram a escola. Há também 21% dos municípios roraimenses com permanência escolar inferior a 70%, ou seja, nessas localidades pelo menos 30% dos jovens de 16 e 17 anos não estão mais na escola.
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O Indicador de Permanência Escolar é um indicador novo, criado pelo Iede, que utiliza os dados do Censo Escolar para mensurar o total de alunos que ingressou no sistema escolar, mas em algum momento de sua trajetória abandonou a escola.
A diferença para os outros indicadores já existentes é que ele contempla o acumulado de jovens que deixaram a escola, independentemente do ano em que isso tenha acontecido, fornecendo um panorama do total de crianças que tiveram seu direito à educação negado.
Já os indicadores de abandono (quem deixa a escola durante o ano letivo) e evasão (quem conclui um ano, mas não se matricula no seguinte) analisam apenas o ano anterior.
A análise foi feita pelo Iede a partir do Censo Escolar 2020 e considerou a geração de nascidos em 2003. Os dados são, portanto, anteriores à pandemia, mas trazem um diagnóstico que ajuda na identificação das regiões prioritárias, que possuem altas taxas de abandono e, provavelmente, estão tendo desafios ainda maiores para manter crianças e jovens na escola neste momento.
Permanência escolar x nível socioeconômico
O indicador mostra grande correlação entre o nível socioeconômico dos alunos e o nível de permanência escolar, enfatizando aquilo que já é bastante discutido: é mais difícil manter os estudantes mais vulneráveis na escola.
A importância do indicador reside no fato também de que os municípios com menor permanência escolar são os municípios com mais dificuldades em várias áreas. Há menos professores com formação adequada, são redes com maiores taxas de reprovação escolar, maior rotatividade do corpo docente, entre outras dificuldades.
Para Ernesto Faria, diretor do Instituto, a importância do indicador se dá, principalmente, porque em um cenário de não realização do Censo Demográfico, é preciso ter medidas que orientem a busca ativa dos alunos. “O risco de evasão é um dos grandes problemas do contexto atual de pandemia, e precisamos de diagnósticos que nos ajudem a identificar as localidades que necessitam de ainda mais atenção com essa questão”, afirma Faria.
Sobre o Iede
O Iede é um instituto de pesquisas em Educação que tem sua atuação sustentada por três pilares: combate à assimetria de informações na área, combate às desigualdades educacionais e busca de avaliações com significado pedagógico para as redes e escolas. Desde 2020, o Instituto é o gestor do portal QEdu.
Fonte: portaliede