Cotidiano

Roraima precisa criar selo de certificação para exportação de peixe

Empresário Aniceto Wanderley falou sobre desenvolvimento e desafios da psicultura em Roraima

O empresário Aniceto Wanderley esteve no programa Agenda da Semana desse domingo, 3, na Rádio Folha FM (100,3fm) para falar sobre o desenvolvimento da psicultura em Roraima. Segundo ele, faltam incentivos para levar o nome e a produção roraimense ao mercado internacional.

“Precisamos criar um selo de certificação dos nossos produtos e isso tem um significado muito grande para o consumidor ter a segurança de comprar um produto certificado”, disse Wanderley. O empresário pediu apoio a Assembleia Legislativa de Roraima e ao Governo do Estado para articulação deste tipo de proposta que vai contribuir com a comercialização, por exemplo, do tambaqui em outros países.

Segundo ele, em alguns Estados brasileiros há peixes comercializados como tambaqui original, mas que na verdade são espécies cruzadas com outras, como o pacu e a pirapitinga. O selo, complementou, seria a comprovação das espécies originais a serem comercializadas. “Temos que diferenciar nosso tambaqui do tambatinga e tambacu”, explicou.

A evolução tecnológica e as perspectivas para produção em grande escala, a produção de peixes em Roraima tem crescido, pois a procura pela proteína aumentou nos últimos anos em todo o País. “Hoje o peixe é uma das proteínas mais consumidas no planeta, a tilápia é o segundo maior peixe de consumo, atrás do atum”, mas os desafios do setor começam na criação, pois rações e insumos são, muitas vezes, compradas fora de Roraima.

A expectativa é que nos próximos anos o preço comercial do peixe reduza no Estado com a produção local de grãos usadas nas rações. A proteína animal usada para alimentar os peixes é importada de Rondônia, o farelo de soja trazido de Mato Grosso. De acordo com o produtor, no Estado os principais peixes comercializados são o tambaqui, Matrinchã e o pirarucu.

O pirarucu é um peixe que exige muita proteína e ele tem que comer 70% de proteína animal. A gente cria, faz reprodução”, a vantagem da espécie, contou, está no alcance do quilo por ano. “É um peixe que cresce 12,5kg ao ano somente com ração, diferente do tambaqui que cresce 3,5kg por ano”.

Outro assunto comentado por Aniceto Wanderley foi a formação de cooperativas para agregar pequenos e médios produtores. Organizados, disse ele, facilita o acesso a crédito e a concorrência aumenta entre os produtores.

Entre os projetos para o próximo ano está a construção de um frigorífico para exportar a produção ao restante do País. Aniceto Wanderley voltou a falar sobre a importância do sele de certificação. “Construindo a logística com o selo de produto amazônico, tenho certeza que chegaremos ao mercado internacional”.