Cotidiano

Roraima recebeu R$ 67,8 milhões de auxílio emergencial

53,8% da população de Roraima residem em domicílios onde pelo menos um morador recebeu o benefício

A pesquisa revelou que em Roraima, dos 148,7 mil domicílios existentes, 47,1% (70,1 mil domicílios) foram beneficiados, em maio, com o auxílio emergencial, que tem por objetivo fornecer proteção social no período de enfrentamento da crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

Em termos populacionais, 53,8% da população de Roraima residem em domicílios onde pelo menos um morador recebeu o benefício.

No total, foram repassados para Roraima R$ 67,8 milhões, distribuídos principalmente para aqueles que estão nos extratos de renda mais baixos da população.

Nos estados das regiões Norte e Nordeste, o percentual de domicílios beneficiados com o auxílio emergencial ultrapassou os 40%. No Amapá e no Maranhão, a proporção de beneficiados foi superior a 60%. Em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, estados cujo rendimento domiciliar per capita são os mais elevados, a cobertura do programa não alcançou 30% dos domicílios.

A pesquisa mostra ainda que, em Roraima, 54,9 mil pessoas residem em domicílios com renda domiciliar de até R$ 43,4. Dessas, 42,7 mil, o equivalente a 77,4% dessa faixa, residem em domicílios que receberam o benefício.

Na segunda faixa de renda (até R$ 157,49), o alcance foi de 83%, contemplando 45,6 mil pessoas que residiam em lares onde pelo menos uma pessoa recebeu o auxílio emergencial.

Leonardo Santos de Oliveira, analista de rendimento do IBGE, explica que as faixas de maior renda – da sexta à décima – eventualmente receberam o benefício devido ao caráter flutuante de seus rendimentos, a exemplo do que ocorre com os trabalhadores por conta própria.

“São vários fatores. Estamos vivendo um momento diferente de tudo que já vimos. As pessoas podem transitar da pobreza para outras faixas de renda rapidamente. Um trabalhador por conta própria pode ter rendimento em um mês e nenhuma renda em outro período. Essa pessoa pode estar precisando de recursos em um mês e ter acesso ao programa; e, no mês seguinte, ter um pouco mais de renda. Em todos os programas sociais existe uma flutuação, e em um momento de pandemia essa flutuação é ainda maior”, esclarece o analista do IBGE.

Eduardo Rios Neto, diretor de Pesquisas do IBGE, um dos idealizadores da pesquisa, enaltece que a Pnad-Covid é uma pesquisa desenvolvida em tempo recorde, com amostra fixa e entrevista por telefone.

“A rapidez no planejamento, desenvolvimento e divulgação dessa pesquisa muito orgulha o IBGE. Além disso, ela oferece um mapa semanal da condição da síndrome gripal e atenção primária da saúde, do mercado de trabalho e das políticas de transferência de renda, como o auxílio emergencial. A divulgação deste quadro no decorrer da pandemia será de iluminação para as alternativas de políticas públicas em todas as esferas federativas”, concluiu Rios Neto.