O Estado de Roraima é considerado um corredor para entrada de drogas no Norte do País e, quase que diariamente, tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil e Polícia Federal têm feito apreensões de entorpecentes em diversas regiões. Conforme dados da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), encontram-se presos no sistema prisional de Roraima 435 pessoas acusadas de crime de tráfico de drogas ou envolvimento com o tráfico.
Desse total, 273 respondem no modo preventivado, ou seja, aqueles que ainda não foram sentenciados, e 137 que já tiveram as penas definidas. Os dados destacam que 25 dos apenados por esse tipo de crime são reincidentes, e 17 desses já haviam sido condenados anteriormente pela Justiça.
Conforme informações do Governo do Estado, foram desenvolvidas, até o momento, 40 operações policiais de combate ao tráfico, resultando em 42 locais de comercialização de entorpecentes no Estado. No primeiro semestre deste ano, foram apreendidos 55 quilos de droga.
Das ações desenvolvidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e Departamento de Narcóticos (Denarc), foram presas 89 pessoas, 40 dessas pessoas foram presas em flagrante e o restante no cumprimento de mandado de prisão. Do total de presos, 64 são homens e 25 são mulheres.
Ainda foram apreendidos 43,4 quilos de cocaína e 10,9 quilos de maconha. Nas ações policiais referentes ao tráfico, também foram apreendidos armas de fogo, automóveis, motocicletas, a quantia de R$ 32 mil, U$ 5 mil dólares e 11 mil bolívares.
O delegado Márcio Amorim, responsável pela Denarc, disse, durante a incineração de 70 quilos de drogas, realizada ontem pela manhã, na sede da Cerâmica Kofinsk, no bairro 13 de Setembro, zona Sul, que a quantidade de apreensão nos últimos três anos foi bem maior do que a que foi queimada ontem. Existem mais drogas para serem destruídas, mas a isso depende de autorização da Justiça.
Em 2015 houve a apreensão de mais de 101 quilos de drogas e 174 prisões realizadas no total entre homens e mulheres. No ano de 2014, foram 47 quilos de entorpecentes e realizadas 68 prisões por crime de tráfico ou envolvimento. “As principais drogas comercializadas no Estado são maconha, cocaína e crack. Um dos principais pontos de venda de entorpecentes permanece sendo o Caetano Filho, conhecido mais pelo nome de ‘Beiral’, na região central de Boa Vista”, frisou.
TJ – A Folha entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Roraima solicitando informações a respeito das condenações e liberações das pessoas incriminadas por tráfico ou associação ao tráfico. Por meio de nota, esclareceu que os dados solicitados dependem de inúmeras particularidades jurídicas, tendo em vista que há várias possibilidades de liberação e prisão.
Frisou que, além disso, processos de prisões por tráfico podem tramitar tanto na Vara de Tráficos, com na Vara de Execuções Penais e nas Comarcas do interior. “Esclarecemos ainda que o sistema permite apenas saber o número de processos ativos (em tramitação). Desta forma, diante das observações feitas acima, não é possível viabilizar pelo sistema a emissão dos dados solicitados”, destacou.
PF – A Folha também entrou em contato com a Polícia Federal, em Roraima, para saber o total de prisões por tráfico internacional de drogas e os principais pontos onde geralmente são interceptadas drogas no Estado, mas, até o encerramento dessa matéria, no fim da tarde de ontem, não houve resposta. (T.C)