Tatiane Ramos
Colaboradora Folha
Dados estatísticos da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde de Roraima (CGVS) mostram que no Estado o número de mulheres que apresentam HPV cresceu nestes últimos dois anos. O relatório apresenta 154 casos notificados em 2017, sendo 93 em mulheres e 61 em homens.Em 2018, houve um registro de 181 casos, 120 em mulheres e 61 em homens, e neste primeiro semestre o quantitativo é de 70 casos, sendo 42 em mulheres e 28 em homens.
A diretora do Núcleo de controle das DST/HIV/AIDS, Valdirene Oliveira Cruz, fala que de fato os números mostram que há mais mulheres notificadas, mas ela acredita que é pelo fato do público feminino cuidar mais da saúde. “Quem mais vai ao médico e procura o diagnóstico é o público feminino, pois as mulheres fazem o exame preventivo regularmente, onde tem um diagnóstico precoce do HPV. E os homens, quando vão,é porque os sinais visíveis estão incomodando muito e só aí eles procuram o tratamento”.
Quanto à faixa etária, as pessoas que mais apresentam casos de HPV no Estado estão entre 20 e 29 anos. Em segundo lugar estão aquelas com idade entre 30 e 39, e em terceiro lugar pessoas com idade de 15 e 19 anos. “A nossa faixa etária mais vulnerável para as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) vem de 15 a 39 anos. Essa população tem se infectado mais. É uma população jovem que está adoecendo. Se uma pessoa tem uma DST é sinal que ela está se expondo muito,se colocando em situação de risco, vulnerável a pegar doenças”, conclui Valdirene.
Os dados da Vigilância mostram que há municípios em Roraima que apresentam índices contabilizados de homens e mulheres infectados com a doença como, por exemplo, a capital, Boa Vista, com um total de 370 pessoas, números somados de 2017 a junho de 2019. Em segundo lugar, o município de Bonfim, com registro de 13no mesmo período, e em terceiro lugar Rorainópolis, com apenas cinco registros. Contudo, há municípios que não apresentam números de casos notificados.
Sobre essa questão, Valdirene esclarece que os números nem sempre refletem a realidade. “Temos pacientes que vêm do interior se consultar e há casos que eles informam o endereço da família que reside na cidade, então o atendimento e a notificação são feitos e contabilizados aqui. Quando a pessoa dá o endereço do município de residência, essa notificação vai para aquele endereço e contabilizado lá. Agora, há os casos dos municípios silenciosos que não mostram números, e isso não significa necessariamente que não existe a doença naquele lugar. Nós achamos que esses casos não estejam sendo notificados”.
Ela explicou que foi feito, no ano passado, um acompanhamento dos municípios alertando sobre os diagnósticos e questionando sobre como os atendimentos eram feitos.
“Isso é um alerta para a Vigilância trabalhar com as fichas de notificações, pois é o nosso papel de acompanhar e orientar”, disse.