Cotidiano

Roraima registra mais de 2 mil focos de incêndios

Previsão de chuvas é abaixo do normal com início do El Niño

De qualquer ponto de Roraima, o cheiro de queimada já é sentido. O problema tem incomodado os moradores, que encontram frequentemente fuligem nas residências. Mesmo com a suspensão do calendário de queimadas antes do carnaval, os focos de calor em 2019 tiveram o maior registro da história.

Até hoje, 4, conforme o boletim hidroclimático da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e o boletim climatológico da Defesa Civil Estadual, foram registrados 3.727 focos durante o ano, sendo 282 somente nos últimos quatro dias. Trinta deles foram registrados em Caracaraí. No mesmo período do ano passado, foram registrados 2.383.

“O monitoramento é feito diariamente. Só em março, registramos 2.282 focos de calor e já é maior com relação ao mesmo período, em 2018, onde foram registrados 1.956 focos”, afirmou o diretor da Defesa Civil, Coronel Cleudiomar Ferreira.

Ele ressaltou que a falta de chuvas durante o ano tem contribuído para que os focos de calor acabem tendo um número muito maior.

“Há o problema das queimadas feitas pelos produtores rurais. Estamos diariamente solicitando que os produtores parem [as queimadas]”, completou.

Altas temperaturas devem continuar

As previsões climáticas ainda avaliam que a quantidade de chuvas para o período sazonal é abaixo do normal em grande parte do Estado.

Nos boletins climáticos das instituições, o acumulado de precipitação nos três primeiros meses do ano variou entre 4,8 milímetros e 13 milímetros, número muito abaixo do esperado para essa época do ano. Fevereiro teve a menor quantidade de chuvas, com apenas 0,2 milímetro.

A previsão é que o inverno comece no dia 16 de abril

Com as temperaturas chegando aos 37 graus nos próximos dias, o Sul do Estado pode atingir três milímetros de água nesse período. O coronel Cleudiomar Ferreira explicou que durante esse período, mesmo no verão, o esperado era que chovesse 74 milímetros, e que apesar de ser possível observar o aparecimento de nuvens mais pesadas, não chegam a durar mais do que dois dias de chuva em algumas localidades de Roraima.

“Nesse fim de semana choveu no Cantá e na região de Campos Novos, em Iracema, por dois dias seguidos. Teve também uma chuva muito fraca em Amajari, mas que não deu para amenizar a situação. Como estamos enfrentando de novo o El Niño, o medo é que o inverno seja fraco e as chuvas mais fortes podem ser influência do fenômeno”, disse.

Ferreira assegurou que por conta da sazonalidade do inverno em Roraima e o aparecimento do El Niño, não é possível determinar com precisão se as chuvas podem cair nas próximas semanas e que em anos anteriores, quando foi registrada a mesma situação, elas começaram somente em maio.