Roraima fechou os primeiros oito meses do ano com apenas 6.555 veículos financiados, uma queda de 14,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O levantamento é da Unidade de Financiamentos da Cetip, que opera o maior banco de dados privado de informações sobre financiamentos de veículos do país, o Sistema Nacional de Gravames (SNG).
Segundo a Cetip, a região Norte acumulou 181.849 financiamentos de veículos nos primeiros oito meses do ano, uma retração de 19,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Deste total, os automóveis leves foram responsáveis por 104.630 das operações.
Para o gerente de uma concessionária de automóveis, Rafael Matos, o período eleitoral e a crise financeira têm gerado o enfraquecimento no setor. “O mês de setembro, por exemplo, é um mês atípico por conta do período eleitoral, mas quando chega em novembro e dezembro as vendas melhoram, até porque nem todas as concessionárias tiveram essa queda nas vendas”, afirmou.
Conforme ele, outro fator que influencia na baixa de financiamentos de veículos é a exigência por parte dos bancos. “Os bancos estão bem mais exigentes que no ano passado. Cada vez estão pedindo uma entrada maior e um parcelamento de tempo menor. As regras continuam as mesmas, mas nem todos os clientes se encaixam nesse perfil”, disse.
Para conseguir uma liberação de crédito junto ao banco, o gerente informou que são necessários alguns critérios. “O cliente precisa ter um tempo um pouco maior do nome limpo, dar entrada de 30%, no mínimo, e algumas outras regras que mudaram ao longo dos últimos anos”, explicou.
Para não sofrerem um impacto ainda maior com o baixo número de financiamentos, as concessionárias tentam se adaptar às exigências. “No nosso caso a montadora tem que entrar mais forte. Hoje temos uma das melhoras taxas do mercado, de 1,33% ao ano, e exigimos a entrada de no mínimo 15%. Isso tem facilitado muito as vendas”, ressaltou o gerente.
Apesar disso, Mota afirmou que clientes que tentam financiamento com entrada maior têm mais chance de obter crédito junto aos bancos. “Os clientes que compram carros com custos mais elevados geralmente financiam com poucas parcelas e entradas acima de 40% o que facilita a aprovação do banco. A tendência é que a partir de outubro as vendas melhorem”, frisou.
NÚMEROS – O total de veículos financiados no Brasil no acumulado do ano somou 3.056.788 unidades, entre automóveis leves, motocicletas, pesados e outros, uma queda de 15,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Desse total, foram vendidos a crédito 1.178.650 veículos novos e 1.878.138 usados.
Os dados incluem automóveis leves, motos e pesados. O SNG é uma base privada de abrangência nacional que reúne as informações sobre restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de concessão de crédito. Essa base é consultada e atualizada em tempo real pelas instituições financeiras. (L.G.C)