O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, assinou uma portaria que altera a classificação da febre aftosa no Estado de alto para médio risco, na manhã de ontem, em solenidade do Palácio Senador Hélio Campos. A partir da publicação do documento, não será mais necessário o período de quarentena, ocasião em que os animais ficavam em observação antes do transporte para os estados vizinhos. O produtor necessitará apenas da Guia de Trânsito Animal (GTA).
Conforme a diretora presidente da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Rosirayna Remor, essa “mudança de status” só foi possível após auditorias realizadas pelo órgão. “Na primeira auditoria, nós detectamos os principais entraves relacionados à febre aftosa no Estado. No mês de julho, realizamos uma segunda auditoria, onde pudemos verificar que o serviço de defesa animal do Estado evolui”, disse.
Rosirayna destacou que a febre aftosa é classificada em cinco estágios. São eles: risco desconhecido, alto risco, médio risco, baixo risco e livre. Com a portaria assinada pelo ministro da Agricultura, o Estado passou de alto para médio risco. Na antiga classificação, o transporte dos animais para o Estado do Amazonas era possível apenas após um período de quarentena. “Solicitávamos a entrada destes animais no Estado vizinho. Após a autorização, iniciava-se um processo de quarentena. Eles ficavam em determinada área onde semanalmente uma equipe de médicos veterinários realizavam exames clínicos para atestar a sanidade deles”, afirmou.
Na classificação de médio risco, a única exigência é a GTA. “A partir do momento que a portaria for publicada, o produtor poderá ir a um dos escritórios da Aderr, onde ele possua cadastro, e solicitar a Guia de Trânsito Animal”, disse a diretora presidente da Aderr.
Conforme dados da Aderr, são abatidas por mês mais de duas mil cabeças de gado destinadas à exportação. O maior comprador é o Estado do Amazonas. A meta agora é duplicar este número.
O ministro destacou que, até o ano de 2015, o Estado de Roraima vai passar para o status livre da febre aftosa. “Para que isso ocorra, é necessário que os produtores se conscientizem que a vacinação é importante. Somente com o gado vacinado é que o Estado estará livre da febre aftosa. Isso facilitará a exportação de carne bovina para países vizinhos. Queremos que Roraima tenha a oportunidade de vender para o mercado internacional, tendo em vista as fronteiras com a Venezuela e com a Guiana”, afirmou o ministro.
Durante sua estadia em Roraima, Geller visitou a sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Roraima (Embrapa), localizada no trecho sul da BR-174, km 8, no Distrito Industrial. Ele destacou a necessidade de investimentos nas áreas de laboratórios e anunciou a liberação de R$ 2 milhões para investir no fortalecimento da empresa em Roraima. (I.S)