No Censo de 2010, Roraima registrou 1.505 deficientes auditivos e a capital detinha 66,2% desse total. Na época, o estado tinha uma média de 26 deficientes auditivos, entre 6 e 14 anos, por frequência escolar nas escolas estaduais.
Atualmente, segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seed), 90 alunos estão matriculados na rede estadual de educação, sendo 61 com deficiência auditiva e 29 com surdez. Esses alunos têm idade entre 10 à 17 anos e recebem o apoio adequado dentro das escolas que tem a Sala de Recursos Multifuncionais.
“Cada escola tem uma sala de recursos multifuncionais pedagógicos, equipamentos e móveis adequados para atender esses alunos com essa deficiência e outras. Tem o profissional especialista e tem também o intérprete de libras”, disse a diretora do Departamento de Desenvolvimento de Políticas Educacionais (Depe), Maria Aparecida de Oliveira.
Para um melhor atendimento aos estudantes, a Seed disponibiliza professor auxiliar, profissionais de apoio escolar (cuidador) e também intérprete de libras. Ainda, auxiliado com o Centro de Atendimento à Pessoa com Surdez (CAP).
Para Isaura Fontanella, chefe da Divisão de Educação Especial do Depe/Seed, é importante ressaltar que há uma diferença entre o deficiente auditivo e o surdo.
“A deficiência auditiva na grande maioria é genética, é a perda gradual, parcial [ou total], por alguma má formação congênita. O surdo normalmente não escuta nada, ou já nasce surdo ou com algum problema que perde de vez a audição”, disse Fontanella.
Ela ainda completou dizendo a secretaria tem um projeto de escola bilíngue, que no momento está parado devido a pandemia. O projeto visa funcionar dentro de algumas escolas do estado, como polo, para oferecer atendimento mais completo aos alunos com essa deficiência.
DIA MUNDIAL DA AUDIÇÃO – Nesta quarta-feira, 3, foi o Dia Mundial da Audição, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste ano, a OMS lançou seu primeiro Relatório Mundial de Audição e promove a campanha “Cuidados auditivos para todos! Filtrar, reabilitar, comunicar”.
A OMS estima que a perda de audição pode afetar mais de 900 milhões no mundo até 2050. O Brasil tem 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva, sendo que 91% delas adquiriram a condição ao longo da vida e 9% nasceram com ela. Os números são de um estudo do Instituto Locomotiva e com a Semana da Acessibilidade Surda.