A evasão dos estudantes no Ensino Médio em Roraima chegou a apenas 9% entre 2014 e 2015, a menor entre todos os estados brasileiros, ao lado do Paraná. Os dados são do levantamento feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e foram obtidos a partir de informações colhidosa partir do Censo Escolar.
O trabalho, inédito, foi divulgado esta semana, e faz parte dos Indicadores de Fluxo Escolar baseados no acompanhamento de alunos das escolas públicas e privadas no período 2007 a 2015. Conforme o mapeamento, o Pará é o estado com mais alunos deixando a escola em todas as etapas de ensino, com 16% de desistência no Ensino Médio.
Para a gerente de Avaliação e Informação Educacional da Secretaria Estadual de Educação (Seed), Vânia Gouvêa do Nascimento, o percentual é resultado é do trabalho feito para que o aluno permaneça na escola. “É um índice extremamente positivo. O nosso trabalho é para que tenhamos um número cada vez maior de alunos no Ensino Médio, porque já há um estudo que aponta um grande número de evasão nessa faixa”, disse.
Os indicadores levam em conta a não efetuação da matrícula de alunos anteriormente inscritos nas escolas. Ou seja, não contabilizam o abandono escolar, que acontece quando o aluno deixa o curso enquanto está matriculado. Como resultado, foi constatado que, de 2007 a 2013, a evasão caiu progressivamente em todas as etapas de ensino, mas em 2014 ela voltou a crescer.
Segundo Vânia, a evasão pode ser explicada pela autonomia cada vez maior dos jovens do Ensino Médio. “Nos primeiros anos, no Ensino Fundamental, existe toda uma rede de proteção. Se não coloca o filho na escola, vários órgãos de fiscalização cobram os pais. Já no Ensino Médio já há certa autonomia, o jovem não é tão obediente a família”, explicou.
Segundo o Inep, as maiores taxas de evasão estão concentradas na primeira e segunda série do Ensino Médio, com taxas de 12,9% e 12,7%, respectivamente. O nono ano do Ensino Fundamental tem a terceira maior evasão, 7,7%, seguido pela terceira série do Ensino Médio, com 6,8%. Além disso, a descontinuidade nos estudos é maior na zona rural em todas as etapas do ensino.
A migração para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), programa de continuação de estudos do governo federal para adultos, também foi apurada. Ela é mais expressiva ao final do Ensino Fundamental, quando chega a 3,2% e 3,1%, no sétimo e oitavo ano, respectivamente. “A EJA é para quem não concluiu o ensino regular durante a idade certa e por algum motivo abandonou a escola. Geralmente são alunos que já são pais, ou que já trabalham, e a escola tem dificuldade em mantê-los por não ser atrativa”, avaliou a gerente. (L.G.C)