A rodovia federal BR-401 é a segunda melhor da região Norte e a 30ª mais bem avaliada do Brasil, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2023 divulgada na quarta-feira (29). Com 124 quilômetros de extensão, a via que liga Boa Vista a Bonfim foi a única das quatro pesquisadas em Roraima considerada como boa.
No ranking regional, a BR-401 fica atrás apenas da BR-153, que liga Aliança do Tocantins (TO) a Talismã (TO). Na classificação nacional, a via roraimense de responsabilidade do governo federal fica à frente de trechos rodovias federais famosas como a BR-101 (Campos dos Goytacazes a Paraty, no Rio de Janeiro) – 68ª melhor -, cuja gestão pertence a uma concessionária.
BR-210, a pior do Estado
Conforme a pesquisa da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), a BR-210, que liga Caracaraí a Caroebe em 230 quilômetros, é a pior rodovia do Estado. Considerada ruim, a via desponta em 411º lugar no ranking nacional que reúne 520 vias pesquisadas.
Duas rodovias de Roraima foram consideradas regulares. A BR-432 (Cantá a Caracaraí), com 213 quilômetros, está em 201º lugar na classificação brasileira, sendo então a segunda do Estado mais bem posicionada. Principal rodovia roraimense, a BR-174 (Pacaraima a Rorainópolis), com 730 quilômetros de percurso, é a terceira melhor colocada do Estado na lista, na 327º posição.
Avaliação geral piora
Em 2023, a qualidade das rodovias de Roraima piorou em relação a 2022. Dos 1.165 quilômetros pesquisados neste ano, 38,6% foram considerados regulares, 31,8% bons, 15,7% péssimos, 11,6% ruins e 2,3% ótimos. No ano anterior, dos 1.184 quilômetros estudados, 41,1% eram bons, 30,2% regulares, 13,3% ruins, 11,8% péssimos e apenas 3,6% ótimos. A pesquisa apontou 162 pontos críticos no Estado.
Em entrevista sobre a pesquisa, o ministro dos Transportes, Renan Filho, defendeu que CNT e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) tenham indicadores similares de condição das rodovias federais. Com dados unificados, será possível somar esforços para garantir estradas melhores no Brasil. “Nós vamos usar alguns indicadores da CNT na metodologia do DNIT, como esse dos pontos críticos, por exemplo. Precisamos unificar os dados, somar esforços para garantir rodovias melhores”, disse.
Números detalhados das rodovias de Roraima
- Pavimento: 51,6% apresenta problemas; 48,4% é satisfatória; 3,8% está totalmente destruída;
- Sinalização: 68,6% é regular, ruim ou péssima; 31,4% é ótima ou boa; 10,5% está sem faixa central; e 12,2% não tem faixas laterais.
- Geometria da via (traçado): 50,6% tem problemas; 49,4% está ótima ou boa; pistas simples predominam em 99,1%; falta acostamento em 27,6%; e 14,9% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.
Atuais condições aumentam custo do transporte
Segundo a pesquisa, as atuais condições do pavimento no Estado aumentam o custo operacional do transporte em 36,3%, o que reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos. Em 2023, estima-se que haverá um consumo desnecessário de R$ 10,8 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no Estado. Esse desperdício custará R$ 71,27 milhões aos transportadores.
A CNT também avaliou o custo do prejuízo gerado por acidentes em 2022, que foi de R$ 51,43 milhões. No mesmo ano, o governo gastou R$ 46,06 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.
Roraima precisaria de R$ 1 bilhão para recuperar rodovias
Para recuperar as rodovias em Roraima, com ações emergenciais como reconstrução e restauração, e de manutenção, serão necessários R$ 1,09 bilhão. Do total de recursos autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária, especificamente em Roraima, em 2023 (R$ 65,15 milhões), R$ 40,68 milhões foram investidos até setembro (62,4%).