AYAN ARIEL
Editoria de Cidades
O Mapeamento dos Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Federais Brasileiras (MAPEAR), realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), revelou que durante os anos de 2017 e 2018 foram identificados cinco pontos vulneráveis de exploração infantil nas rodovias roraimenses. A mesma também identificou 404 zonas de risco em toda a região Norte.
Se comparado com o biênio 2013-2014, houve uma queda de 28%, pois havia sete locais identificados ao longo do Estado. Nesse mesmo período, a região norte registrou 160 pontos da prática criminosa, o que é uma diferença gritante com o período mais recente.
Para combater esse crime nas rodovias, a Promotoria Especial da Mulher (PEM), da Assembleia Legislativa de Roraima (Alerr), tem mantido parceria com instituições públicas, como a PRF, por meio do atendimento integrado e acompanhamento específico das vítimas, além de sensibilizar a população por meio de ações e eventos e definir o papel de cada instituição na rede de enfrentamento.
“A PRF faz esse mapeamento daqui da capital até Manaus, ao longo da BR-174, em cada município. Eles vão, pesquisam onde são os pontos vulneráveis e apontam onde devemos trabalhar. Então a gente trabalha com o fortalecimento dessa rede, para que ela possa ter um olhar diferenciado diante das situações que vêm ocorrendo no Estado”, destacou Socorro Santos, procuradora adjunta especial da mulher.
Além da Rodoviária, também possuem parcerias com a PEM a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (SEED), com a promoção do programa Educar é Prevenir, que busca sensibilizar e alertar estudantes e profissionais da educação sobre a exploração sexual e o tráfico de pessoas. Trinta e três escolas, na capital e no interior, receberam o projeto que atingiu 4,5 mil alunos e 1,5 mil profissionais.
Apesar do forte combate à exploração infantil, ainda há uma grande preocupação, principalmente quando se leva em consideração o atual contexto da imigração venezuelana que vem ocorrendo nos últimos anos.
“É necessário uma atenção maior, uma intervenção e um olhar maior nas fronteiras, de todas as organizações que trabalham diretamente com isso, porque é nesses pontos de fragilidade que podem ser encontrados problemas que ainda estão muito velados.
ACOMPANHAMENTO – A vítima da exploração infantil tem acompanhamento garantido em núcleos da Alerr coordenados pela Procuradoria Especial da Mulher, como o Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), a ser realizado por equipe multiprofissional formada por psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, entre outros, que trabalham em prol dessas pessoas.
“A gente faz esses primeiros atendimentos e encaminhamos pra rede de acolhimento. Vamos até onde ela está ou esperamos ela, no caso das vítimas de tráfico, isso depende muito daquilo que ela está passando. Então nós temos todo um cuidado de fazer esse acompanhamento para que essa vítima possa ter um atendimento especializado e humanizado”, salientou a procuradora adjunta.
DENÚNCIA – A sociedade tem papel importante na luta contra a exploração infantil nas rodovias, que é realizar a denúncia, ação essa que é responsabilidade, como cidadão, a fim de evitar que haja novas ocorrências.
“A Assembleia, por meio da procuradoria, todo mês estamos na mídia para que a população possa estar atenta e saiba que os nossos núcleos estão prontos para fazer o acolhimento, por isso a ajuda é mais do que necessária”, finaliza Socorro.
A denúncia pode ser feita por meio dos números 100, atendimento voltado à exploração e violação dos direitos da criança e do adolescente, além do número 180, específico para o atendimento à mulher.