Cotidiano

Roraima tem crescimento na taxa de escolaridade de jovens

Número de alunos com 16 anos que concluíram o ensino fundamental subiu, deixando o estado entre um dos oito melhores resultados do país

Roraima teve um crescimento na taxa de escolaridade dos jovens concluintes dos Ensinos Fundamental e Médio, nos últimos seis anos. A informação faz parte de um levantamento do movimento Todos Pela Educação, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio de 2012 a 2018 (Pnad-C) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo apresentou as taxas de conclusão do Ensino Fundamental para jovens de 16 anos e a taxa de conclusão do Ensino Médio para jovens de 19 anos de 2012 a 2018. De acordo com a pesquisa, a taxa de conclusão do Ensino Fundamental aos 16 anos avançou em 25 unidades federativas nos últimos seis anos, inclusive em Roraima.

Em 2012, o Estado estava na faixa dentre 65% e 79,9% de alunos concluintes junto com Amapá, Acre, Mato Grosso, Ceará, Piauí, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

Já em 2018, Roraima foi uma das oito unidades federativas que apresentaram taxas de conclusão igual ou superiores a 80%, junto com o Ceará, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina. Os avanços também foram registrados nas demais unidades, já que nenhum dos outros estados apareceu na pior faixa (35% a 49,9%).

ENSINO MÉDIO – Já nas taxas de conclusão do Ensino Médio, a pesquisa revela que também houve avanço. Em 2012, Roraima tinha um percentual de formação de 50% a 64,9% junto com Rondônia, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Em 2018, o Estado ficou novamente entre as unidades federativas com as maiores taxas (65% a 79,9%) junto de Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Alagoas, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Apesar do avanço em todas as unidades federativas, a pesquisa considerou as taxas de conclusão como baixas. “Somente nove tem taxas de conclusão igual ou superiores a 65% e nenhuma acima de 80%”, apontou o estudo.

A cada 100 jovens de 16 anos, 76 concluem o Ensino Fundamental

Segundo o estudo, a cada 100 jovens de 16 anos, 76 concluíram o ensino fundamental. Dos 24 jovens que não finalizaram seus estudos nessa faixa de ensino, 18 permanecem na escola e seis desistiram de estudar.

Isso significa que 75,8% dos jovens de 16 anos haviam concluído o ensino fundamental no Brasil. Nesta etapa, o perfil de estudantes brancos e que estudam em escolas urbanas é superior aos alunos negros e que moram na zona rural.

A pesquisa informa, no entanto, que apesar de não concluintes, a maioria dos jovens de 16 anos (77%) ainda frequenta a escola. Os que estão na sala de aula (86,4%) estudam no ensino fundamental e os demais (13,3%) frequentam o programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Dos que não frequentam a escola (23%), a maioria parou de estudar no ensino fundamental (90%) e uma parcela bem menor dos estudantes (7%) nunca chegou a ir a uma escola.

64 de 100 jovens de 19 anos concluem o Ensino Médio

Com relação ao Ensino Médio, o monitoramento revelou que somente 63,5% dos jovens de 19 anos concluíram o Ensino Médio no país. Quer dizer, a cada 100 jovens de 19 anos, somente 64 concluíram os estudos. Dos 36 que não concluíram, 22 estão fora da escola e 14 ainda permanecem estudando.

A desigualdade entre alunos é ainda maior nessa etapa, com a presença de mais alunos brancos e urbanos do que estudantes negros e da zona rural. Diferente do perfil do ensino fundamental, a maioria dos jovens de 19 anos concluintes não frequenta a escola (62%). Desses, 39% pararam de estudar no ensino médio e 2,8% nunca chegou a frequentar uma sala de aula.

Dos que ainda comparecem à escola (38%), a maioria (66,6%) estuda no ensino médio regular ou no EJA – Ensino Médio (17%). Os demais (9,8%) estudam no ensino fundamental regular ou no EJA – Ensino Fundamental (6,5%).

Acompanhamento intensivo de alunos influenciou resultado

A Secretaria Estadual de Educação (Seed) afirma que adotou alguns procedimentos educativos que podem ter influenciado no resultado positivo, sendo o primeiro, o atendimento à legislação que possibilita o aluno a recuperar nota de aprendizagem.

Atualmente, o aluno da rede estadual tem a oportunidade de realizar a recuperação de bimestre, recuperação final, exame final e, por fim, a dependência. A orientação aos gestores das escolas ainda é que acompanhem o estudante e já tomem providências na sua primeira reprovação.

“Se o aluno reprovou no primeiro bimestre, a gente fica em alerta e vai fazer o exame para ele recuperar o quanto antes. Caso ele chegue ao final do ano, são quatro etapas disponíveis”, informa a diretora do Departamento de Educação Básica (DEB) da Seed, Luzinete Martins.

Outra ação é o acompanhamento do quadro de rendimento das escolas. A cada bimestre, o DEB recebe dados de quantos alunos estão sendo aprovados em cada disciplina. “Os nossos assessores olham esses dados de rendimento e ficam monitorando. Na hora que eles percebem que os resultados estão aquém, a gestão é acionada para que tome providências”, acrescentou.

Nesse momento, a equipe do DEB também apresenta sugestões de melhoria para os gestores como aulas educativas e práticas que atraiam o interesse dos alunos e até na capacitação de professores.

A diretora ressaltou ainda que a expectativa é que os percentuais continuem subindo. Um dos planos para os próximos anos é alcançar uma estratégia para impedir o abandono dos estudos pelos alunos do ensino médio. “O modelo de escola integral em que o aluno poderia aprender mais, inclusive, ainda tem certa rejeição por atrapalhar o tempo livre que ele poderia usar para trabalhar. Para ajudar nessa questão, estuda-se a possibilidade de oferecer uma bolsa para os alunos extremamente carentes. A estratégia não é viável agora para nós, mas pode ser adotada eventualmente”, ressaltou Luzinete. (P.C.)