Dados Núcleo Estadual de Controle da Tuberculose (NCTB) mostram que Roraima passou por uma redução no número de casos da doença, porém, o percentual continua acima da média nacional. Foram 316 confirmações em 2020 frente a 340 casos confirmados em 2019. Até o momento, nos meses de janeiro e fevereiro, já foram confirmados 43 casos em 2021.
De acordo com a gerente do NCTB, Angela Félix, a doença, que atinge 45 a cada 100 mil habitantes em Roraima, ultrapassa a média nacional, que está em torno de 35 para 100 mil habitantes. Os homens são os mais afetados, representando 80% dos casos no Estado.
“O Ministério da Saúde classifica grupos de risco para adoecimento da tuberculose e em Roraima temos presentes diversos grupos de risco, como a população imigrante, a privada de liberdade e os indígenas. O aumento de casos está concentrado nesses três grupos, então, Roraima hoje tem uma incidência maior que o nível nacional devido a esses grupos de risco. Mesmo com a pandemia, estamos mantendo o trabalho de investigação e diagnóstico da tuberculose, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde. Quanto aos homens, vemos que é a população mais exposta ao bacilo da tuberculose e apresenta vulnerabilidade maior para infecção pela doença”, esclarece.
A pneumologista Ana Lilia Guimaraes ressalta que a doença, que atinge principalmente os pulmões, merece atenção pelos sinais e sintomas apresentados. “As pessoas devem estar atentas aos principais sintomas, que são tosse por três semanas ou mais, além de febre, suor noturno e emagrecimento. Por isso, nada de ignorar algum destes sinais, pelo contrário, se a pessoa perceber que algo está errado, deve procurar um médico”, destaca.
A gerente do núcleo complementa que o diagnóstico pode ser realizado através do exame de escarro com a baciloscopia, teste rápido molecular ou cultura e que o tratamento deve ser mantido pelo tempo que o médico achar necessário. Além disso, o abandono do tratamento pode causar uma infecção mais resistente e até a morte.
“A população deve buscar o diagnóstico e, o mais importante ainda, é que faça o tratamento até o final. O tratamento dura no mínimo seis meses e o paciente deve tomar o medicamento todos os dias durante os seis meses. É importante manter o tratamento até o final para evitar que o paciente venha adoecer novamente, podendo desenvolver até uma forma mais grave, que pode levar a um tratamento mais longo”, recomenda.