A Semana do Peixe tem como objetivo principal o incentivo da comercialização de pescado e frutos do mar no varejo, estimulando o consumo e ampliando o conhecimento da população sobre os benefícios da proteína na alimentação. Em Boa Vista, a programação da 14ª edição do evento vai acontecer de 11 a 15 de setembro, com cursos, torneios e o Caminhão do Peixe percorrendo os bairros para vender pescados.
De acordo com a coordenadora do Escritório Federal de Aquicultura e Pesca em Roraima, Renata Ramalho, a programação de cursos inicia na terça-feira, 12, com o Cozinha Brasil. O curso será ministrado em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e terá o propósito de ensinar a preparar alimentos e receitas a base de pescados. A Cozinha Brasil tem foco nos pescadores, mas será aberta a comunidade em geral.
O segundo curso previsto na programação é o de Entralhamento de Materiais de Pesca, que será realizado por pescadores da Colônia ZI. O curso pretende ensinar os participantes a consertar os principais equipamentos utilizados na pesca, como o malhador. A programação conta ainda com uma palestra sobre a importância do consumo do pescado, onde toda a população pode vir a participar.
Na sexta-feira, 15, é o dia do Torneio de Pesca, que será realizado na Vila Vista Alegre, a cerca de 12 quilômetros da sede do município de Caracaraí, na região centro-sul do Estado. Segundo Renata, o torneio vai aceitar a participação de pescadores amadores e, de forma excepcional, pescadores profissionais. O objetivo é incentivar a pesca amadora no Estado. A programação encerra com uma solenidade e a entrega de equipamentos de pesca aos três primeiros colocados no torneio.
Renata destacou que quem tiver interesse em participar da programação deve entrar em contato com a Colônia de Pescadores ZI, localizada na Avenida Mário Homem de Melo, número 3836, bairro Buritis, na zona oeste da capital.
PREÇOS – A partir da segunda-feira, 11, o Caminhão do Peixe passa a percorrer diferentes bairros da capital com preços acessíveis a população. Conforme o gerente da Unidade de Agronegócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Roraima (Sebrae), Ricardo Belém, os produtores atendidos pelo Sebrae estarão comercializando peixes como tambaqui, matrinxã e aracu cabeça gorda por até R$ 8,00 o quilo. Atualmente, ele informou que o Sebrae atende cerca de 50 produtores, mas apenas 50% vão participar da programação.
De acordo com Belém, o consumo de peixe em Roraima vem aumentado anualmente. Se antes o índice de consumo era de 9%, o gerente ressaltou que hoje o número está entre 12% a 15%. Em toda a região Norte, ele apontou que o Estado só perde para o Amazonas e o Pará. “E é peixe nosso, porque cerca de 90% do pescado de Roraima vai pro Amazonas. A gente manda tambaqui e eles mandam peixe de pele”, explicou. Para ele, o aumento no consumo do peixe pode ter sido influenciado pela questão da saúde, uma vez que a carne branca é uma das mais saudáveis, além do preço mais em conta em relação à carne vermelha. (A.G.G)
Estimativa é alcançar cerca de 12 mil toneladas este ano
Roraima fechou o ano de 2016 com uma média de 10 mil toneladas de tambaqui, principal peixe criado em cativeiro no Estado, conforme dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O número foi considerado baixo devido à estiagem, tendo em vista que a área de produção comporta aproximadamente 18 mil toneladas. Para 2017, o coordenador de Piscicultura da Seapa, Marlon Maia, estima alcançar cerca de 12 mil toneladas.
O maior crescimento em área na piscicultura em um ano ocorreu em 2012. À época, Maia explicou que a produção bovina estava em baixa e que centenas de produtores migraram para a produção de peixe. Em 2013, a produção anual foi de 17 mil toneladas. Nos anos seguintes, entretanto, o problema com a seca e a boa produção de bovinos causou o retorno dos produtores ao seu lugar de origem. “Hoje, quem está na piscicultura é quem, efetivamente, é do peixe”, relatou.
Em relação ao aumento no consumo, o coordenador apontou a quantidade de bancas com novas ofertas para a sociedade. Ele destacou as que já tiram a espinha do matrinxã, a exemplo. “Começamos a comer peixe a partir de um programa que começou a popularizar a retirada da espinha do tambaqui. E agora tá entrando a matrinxã. Não é bem por conta do peixe, mas pela oferta com menos risco de engasgar”, finalizou. (A.G.G)