Após dois anos de espera, Roraima terá laboratório de identificação por DNA para exames genéticos em materiais biológicos auxiliando a elucidação de crimes e identificação humana. As instalações funcionarão no prédio do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima e o laboratório teve aplicação de recursos de R$ 4 milhões do governo federal para compra de equipamentos e treinamento técnico dos peritos do Instituto de Criminalística, órgão da Polícia Civil do estado responsável pelo local. A previsão é que até dia 16 de julho os trabalhos da perícia Genética Forense já possam ser executados.
De acordo com o diretor do Instituto de Criminalística, Sttefani Ribeiro, o atraso foi em função da reforma no espaço onde funcionará o laboratório. O investimento foi de R$ 60 mil reais e inclui a instalação de cinco centrais para comodidade dos trabalhos.
“Todo o esforço para a finalização da implantação do laboratório foi feito e a parceria entre a Polícia Civil e o Corpo de bombeiros foi fundamental para o sucesso desse trabalho, pois o Instituto de Criminalística não comportaria em questão de logística um laboratório de grande amplitude” explicou.
Ribeiro explicou que o Laboratório de DNA, contribuirá para a solução em mais de 60% de casos envolvendo crimes violentos no estado e trará economia aos cofres públicos, já que todos os exames que envolviam análise de material genético eram encaminhados para fora de Roraima.
“A produção de provas por meio do DNA será de grande valia para a polícia, pois será um trabalho menos questionável. A genética confirma de forma absoluta a presença criminal do indivíduo na cena, o que o torna incontestável. Também haverá ganhos econômicos ao estado porque exames que são feitos em outras localidades do país passarão a ser processados aqui”.
Sttefani ressaltou o trabalho de atuação da Genética Forense, campo amplo para a identificação de suspeitos em casos de crimes sexuais, identificação de cadáveres mutilados e estudo de vínculos genéticos como comprovação da paternidade, por exemplo. “A materialização dessas respostas está vinculada a efetiva implantação e funcionamento do laboratório do Instituto de Criminalística, benefício que alcançará sociedade e justiça”
Laboratório de Roraima poderá integrar banco de dados internacional
Conforme informações do diretor do Instituto de Criminalística, Sttefani Ribeiro, futuramente o laboratório de DNA de Roraima poderá integrar o Sistema Combinado de Índices de DNA (CODIS) uma base de dados do FBI (Serviço policial de inteligência dos Estados Unidos) que a partir da extração obrigatória de DNA de criminosos condenados por crimes de prática dolosa seguida de violência grave, a polícia poderá consultar se o suspeito tem histórico em outros crimes, facilitando investigações.
“O Codis é previsto no artigo 9º-A, da Lei de Execuções Penais. Para estarmos inclusos será feito exame de proficiência para verificar a qualidade do trabalho realizado no laboratório, a partir disso todo o material genético aqui coletado passará a integrar esse banco de dados”, esclareceu.
Ribeiro destacou o trabalho de coleta de material biológico já está sendo feito nos presos no sistema Penitenciário de Roraima. “Esse material coletado dos detentos será levado para Brasília para extrair o perfil genético dos encarcerados. Nossos peritos estarão lá nos representando e a cota já contará como sendo nossa, ou seja, o nosso trabalho já começou”, concluiu.