Um Plano de Expansão proposto pelo Ministério da Saúde prevê a implantação de um laboratório de radioterapia para o tratamento contra o câncer em Roraima. A previsão do Governo Federal para o início das obras do novo prédio é de 15 de maio de 2016 e a entrega deverá acontecer em 15 de novembro de 2017.
A Central de Radioterapia funcionará em um anexo do novo bloco do Hospital Geral de Roraima (HGR). Assim como a construção do prédio, a compra do aparelho será feita diretamente pelo Ministério. Roraima e Amapá são os únicos estados do país que não oferecem o tipo de tratamento, utilizado para destruir ou impedir que as células de um tumor cancerígeno evoluam.
A falta de uma unidade de alta complexidade para o combate ao câncer acaba gerando custos ao Estado. Segundo o Governo, somente este ano 130 pacientes que necessitavam realizar o tratamento de Radioterapia e Radioiodoterapia foram encaminhados para o Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
Segundo a presidente da Liga Roraimense de Combate ao Câncer, Magnólia Rocha, apesar de ter apresentado avanços na assistência aos pacientes ao longo dos anos, o Estado ainda está muito longe de chegar ao ideal. “Ainda não temos condições de fazer nem exames preventivos, que é o mais básico e dá o diagnóstico do câncer. A radioterapia tem um custo elevado, a manutenção é alta e tem que ter profissionais para isso. Não é só ter o local e o equipamento, tem que manter tudo isso”, disse.
Conforme ela, a implantação da unidade de radioterapia em Roraima é uma política pública de interesse do Governo Federal. “Todos os estados do Brasil disponibilizam o tratamento. O Ministério da Saúde quer que todos ofereçam a atenção básica, média e de alta complexidade”, contou.
A previsão, de acordo com a presidente, é que em 20 anos o câncer seja a doença que mais irá matar em todo o mundo e, por isso, é preciso pensar em investimentos na área. “Pensando no futuro é que resolveram acatar a radioterapia aqui. O Governo Federal propôs viabilizar e manter o serviço por cinco anos, mas a partir desse período é que temos que ver como isso vai funcionar”, explicou.
Para ela, o Estado deveria pensar antes em prevenir a doença para diminuir o número de casos. “A primeira coisa que deveria fazer em um lugar onde há poucos recursos para a saúde é tentar garantir que as pessoas não venham a adoecer. Se há poucos recursos, precisa haver um planejamento e identificar as prioridades e, nesse momento, seria mais interessante investir na prevenção”, frisou.
A médica destacou a importância e a necessidade do tratamento em Roraima e afirmou que, se houver planejamento, o Estado poderá inclusive receber pacientes de outros estados. “Se souber se planejar vai poder receber pacientes do Amazonas, que hoje recebe os doentes daqui. Eu acho que essa unidade de radioterapia será muito bem vinda e favorecerá nossos pacientes”, pontuou. (L.G.C)