O reforço no policiamento ostensivo ajudou a reduzir em 37,9% o índice de roubos em Boa Vista, é o que revela um levantamento feito pela Polícia Militar sobre os resultados do programa Polícia na Rua, lançado pelo Governo do Estado em novembro deste ano. As estatísticas mostram que o número de roubos caiu de 433 para 269 ocorrências, na comparação das sete semanas anteriores e sete semanas posteriores à implantação do programa.
“É um resultado que nós atribuímos diretamente a essa ação de presença da Polícia Militar. Como os criminosos que atuam nessa modalidade de crime [roubo] são dotados de armas, seja arma de fogo ou arma branca, eles, naturalmente, acabam ficando com receio maior de serem presos pela polícia, isso em razão da maior quantidade de viaturas nas ruas. O programa contribuiu para inibir esse e outros tipos de ilícitos”, explicou o comandante-geral da Polícia Militar, Cel. Francisco Xavier Medeiros de Castro.
Conforme os dados levantados pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciops), também foram registradas quedas de 50% em ocorrências de tentativa de estupro, 35% de disparo de arma de fogo, 24% de ocorrências de crimes ambientais e 10% de furtos.
O programa Polícia na Rua foi criado para reforçar o policiamento nos 56 bairros de Boa Vista e 14 municípios do interior. A capital foi a primeira a receber as ações do programa que agora está sendo implantado em outros sete municípios: Pacaraima, Amajari, Uiramutã, Rorainópolis, São Luis, São João da Baliza e Caroebe. O programa vai atender às sedes e vilas desses municípios.
Serão empregadas 90 viaturas nas ações do Polícia na Rua até a conclusão da implantação do programa em todo o estado. As viaturas são equipadas com câmeras que permitem o reconhecimento facial e sistema de inteligência para pesquisar a ficha criminal de suspeitos.
De acordo com o governador Antonio Denarium, o objetivo do investimento é reduzir os indicadores de criminalidade em Roraima. “Os resultados alcançados em tão pouco tempo mostram a eficácia do programa Polícia na Rua, uma política pública que tem o objetivo levar segurança pública de ótima qualidade para todo o estado. O nosso compromisso é aproximar a polícia do cidadão, protegendo ainda mais as pessoas”, ressaltou.
População mais segura
A quantidade de viaturas da polícia nas ruas chama a atenção de moradores e comerciantes de diferentes localidades. Proprietário de uma revenda de gás no bairro Caimbé, o empresário Robson Souza, 33 anos, diz que se sente mais seguro com o reforço do policiamento.
“Antes, nós vivíamos com o receio de ser vítimas de assalto aqui no bairro Caimbé. Nossa funcionária já foi assaltada ao chegar para trabalhar. Hoje, a todo momento vemos uma viatura passar aqui na frente, isso nos deixa um sentimento de alívio e segurança ao mesmo tempo. Agora, até estendemos um pouco o horário de atendimento, sem o medo que tínhamos antes”, relatou.
Rafael Gomes da Costa, 34 anos, mora no Cidade Satélite, zona Oeste da capital, há três anos. Ele também percebeu o aumento no número de viaturas da polícia circulando pelo bairro diariamente. O servidor público afirma que o policiamento mais intenso aumentou a sensação de segurança.
“O local onde eu moro sempre foi tido como um local tranquilo, mas houve momentos preocupantes e casos de roubos nas redondezas do bairro, porém, o aumento do policiamento nos últimos tempos tem trazido não só a mim, mas aos vizinhos, uma sensação de segurança muito maior, claro sempre atentos, mas aliviados com essa iniciativa do governo”, destacou.
O programa Polícia na Rua refletiu no aumento de 17% da taxa de atendimento da Polícia Militar, quando comparadas as semanas anteriores e posteriores à implantação. Segundo o comandante-geral da PM, Cel. Francisco Xavier Medeiros de Castro, o índice se explica pelo aumento da quantidade de viaturas nas ruas, que agiliza o atendimento, e pelo fato de a população se sentir mais segura para denunciar.
“O cidadão se sente mais confiante de chamar, de ligar para a Polícia Militar. Antes, com uma quantidade reduzida de viaturas, ele ligava para o 190 e era comum, principalmente aos finais de semana, ter a demanda reprimida, que eram as viaturas ocupadas em atendimento de ocorrências. Agora, com essa quantidade maior de viaturas, com uma disponibilidade maior, o cidadão se sente mais motivado a procurar a polícia quando tem necessidade” concluiu.