A autônoma Cláudia Araújo, de 25 anos, mora há cinco anos em uma área de ocupação ilegal – as conhecidas invasões – localizada no bairro Liberdade, zona oeste da capital, mas somente agora está sendo contemplada com a regularização da energia que chega a sua casa, graças a um projeto promovido pela Roraima Energia. Se há algum tempo, por conta da ligação ilegal, Cláudia não pagava energia, agora, com a implantação da rede elétrica na área, a média paga por mês é de R$ 100 a R$ 120.
“Antes a gente usava ‘gato’, a energia clandestina, mas sempre fomos atrás para regularizar, porém nunca deu certo. Tínhamos documentação e entramos com ofício, mas nada funcionou. Agora temos muito que agradecer, porque antes sofríamos pelo fato de não termos energia e depois chegou pra todos aqui. A nossa vontade sempre foi pagar a conta certinha”, comemorou a moradora.
Parte da mudança de estratégia da Roraima Energia, para lidar com as ligações clandestinas, esse novo projeto já atendeu até o momento 2 mil famílias somente na capital, levando energia segura, de qualidade e confiabilidade para os que moram nessas invasões, incentivando a instalação de padrões de energia para que seja feita a construção da rede elétrica.
“Dessa forma, entregamos uma energia com qualidade e segurança para os moradores e, consequentemente, diminuímos riscos de acidente e mortes causados por ligações ilegais”, pontuou Mara Rúbia Silvano, gerente do departamento de serviços comerciais, medição e fiscalização da distribuidora.
O trabalho de regularização das redes elétricas nesses pontos teve início no primeiro semestre do ano e está intensificando a regularização a todos os municípios de Roraima.
“Nós já temos um cronograma de obras das regularizações e esse trabalho se estenderá até 2020, porque existem muitas áreas para atendermos, e ainda tem o interior com bastante demanda”, expôs a gerente.
Várias áreas de invasão dentro da capital, nos bairros União, Cidade Satélite, Senador Hélio Campos e do Liberdade, que já foram contempladas com a linha de transmissão. Além deles, ocupações no município do Cantá também foram atendidas.
O mapeamento das áreas de ocupação é realizado pela Roraima Energia e, após a identificação das localidades, vai até a comunidade e apresenta o projeto. “Explicamos a necessidade de haver a regularização e da instalação dos padrões de energia, que deve ser feito pela própria comunidade para que haja a construção da rede”, explanou Mara Rúbia.
A empresa também leva às famílias as informações sobre a utilização correta, os riscos da má utilização e a economia de energia. Após os moradores realizarem a instalação do padrão, é iniciada a execução das obras que, dependendo do tamanho, podem demandar o prazo de um a até mais de 20 dias de trabalho.
“A gente sabe que o número de acidentes relacionados a ligações clandestinas é elevado e isso é uma perda para a população e para a empresa, quando não há uma energia confiável e de qualidade para a população. Então, o ideal é que a população receba esse projeto e contribua junto à empresa com o sucesso desse projeto”, finaliza a gerente.