Clima favorável e cultura regional de consumo de peixes são os principais fatores que contribuíram para que Roraima se tornasse um dos maiores produtores de tambaqui e pirarucu, pescados nativos do Brasil. As informações são da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) com dados referentes a 2018.
A Folha conversou com o coordenador do Setor de Piscicultura da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, Marlon Maia, para confirmar os dados referentes ao Estado. De acordo com ele, foram cerca de R$ 66 milhões que movimentaram a economia roraimense somente no ano passado. Roraima tem o Amazonas como principal comprador dos pescados.
“Enviamos cerca de 7.500 toneladas para Manaus e deixamos uma porcentagem para ser comercializada em Roraima,” disse.
Ainda de acordo com Maia, a principal produção de peixe do Estado é de tambaqui, com 98,4%, seguido do matrinxã, com 1,6%. Também são produzidos tilápia e pirarucu, mas esse último apresenta dificuldades para ser vendido em Roraima.
“Há um problema de gosto culinário no Estado. São poucas as pessoas que sabem ou querem preparar o pirarucu, o que faz o consumo ser mais baixo,” explicou.
As principais produções de peixe em Roraima são feitas por comunidades indígenas, agricultura familiar e setor empresarial com pequeno, médio e grande produtor. São 1.131 agricultores catalogados pela Secretaria de Agricultura.
“A maioria dos piscicultores são da agricultura familiar e comunidades indígenas, com 68% de representação no setor. O curioso é que são os que apresentam área menor que 10% para produzirem,” destacou Maia.
SEMANA SANTA – A Semana Santa dos piscicultores começou na quarta-feira da semana passada e vai até hoje, 16, com a realização da pesca. O “Caminhão do Peixe” está rodando bairros de Boa Vista até sexta-feira, 19, com cerca de 20 toneladas de pescado com preços em conta. A estimativa é atender seis mil pessoas e garantir uma Páscoa com fartura de peixes na mesa do boa-vistense.