Cotidiano

RR recebe 450 novos militares para Força Tarefa Humanitária

Antes de chegarem a Roraima, militares foram submetidos a treinamento no 4º Batalhão de Infantaria Leve (4º BIL), em Osasco (SP)

A chegada de aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) no Aeroporto Internacional de Boa Vista, nessa segunda-feira (29), gerou alvoroço nos boa-vistenses, que acreditaram que ocorreria uma nova operação policial em Boa Vista. A reportagem da Folha foi checar com a Polícia Federal e a Receita Federal sobre a possível chegada de novos agentes, mas a informação foi negada pelas fontes oficiais.

O que de fato ocorreu foi a vinda de mais 450 militares do Comando Militar do Sudeste (CMSE) para atuar na Operação Acolhida em Roraima, substituindo os que já estavam atuando no Estado.

Os militares irão integrar o 5º contingente da Força-Tarefa Logística Humanitária em Roraima (FT LogHum-RR) e passarão três meses nos municípios de Boa Vista e Pacaraima acolhendo imigrantes venezuelanos em situação de vulnerabilidade. Os trabalhos de acolhimento preveem recepção e identificação dos imigrantes, fornecimento de documentos para posterior interiorização, montagem e manutenção dos abrigos, atendimento médico e odontológico, vacinação, entre outros.

Segundo a Assessoria de Comunicação da Operação Acolhida, os militares, antes de chegarem à Roraima, foram submetidos no período de 7 a 12 de abril a um treinamento no 4º Batalhão de Infantaria Leve (4º BIL), em Osasco (SP), com apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional de Migração (OIM) e de estudantes de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Os novos integrantes da Força Tarefa assistiram a palestras de ambientação sobre a situação na fronteira com a Venezuela, receberam instruções de como acolher os imigrantes e realizaram exercícios de simulação.

Os militares que cumpriam missão em Pacaraima e Boa Vista, pelo período de três meses, voltaram para o quartel em Campo Grande. 

Operação Acolhida teve início em 2018

Em 2018, o Presidente da República reconheceu a situação de vulnerabilidade no Estado de Roraima decorrente do fluxo migratório provocado pela crise humanitária na República Bolivariana da Venezuela. A Operação Acolhida teve início nesse mesmo ano e é um esforço conjunto da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da FAB, com apoio de agências governamentais.

Tal imigração em massa resultou no aumento populacional desordenado e imprevisível, na dificuldade de prestação de serviços públicos essenciais e na necessidade de acolhimento a essas pessoas.

Dessa forma, o Presidente da República autorizou a execução da Operação Acolhida, sob a coordenação do Ministério da Defesa, com o emprego dos meios necessários para o apoio logístico a órgãos públicos, com vistas a cooperar no desenvolvimento de atividades humanitárias no Estado de Roraima.

Como desdobramento, o Exército Brasileiro ficou responsável pelas missões de realizar ações necessárias ao acolhimento humanitário de imigrantes venezuelanos e coordenar o trabalho de vários ministérios e agências, sendo estabelecida a Força-Tarefa Logística Humanitária em Roraima.