Cotidiano

RR tem colheita de quase 100 mil toneladas 

Com cerca de 80% da área colhida, os produtores já chegaram em 100 mil toneladas e falam que a agricultura é o caminho para o desenvolvimento 

Embora os produtores de soja tenham colhido cerca de 80% da safra 2019, o produtor ErmiloPaludo afirmou à Folha que a colheita já ultrapassa 100 mil toneladas, demonstrando que a agricultura é o caminho para o desenvolvimento do Estado.  Com mais de 40 mil hectares de plantio, a expectativa de colheita para a atual safra é de 120 mil toneladas de grãos, número 20% superior ao de 2018.

“Ainda temos 20% para ser colhido nas áreas plantadas nos municípios de Bonfim, que é onde tem o maior plantio, além de Boa Vista, Mucajaí e Alto Alegre. E Esse aumento de colheita é por conta de alguns produtores terem conseguido colher uma média de 60 sacas de 60 quilos de soja por hectare. A média de anos anteriores era de 45 a 50 sacas por hectares”, disse. “Com isso, a média geral será de 55 sacas”, explicou

As justificativas apontadas pelo produtor para esse crescimento foram as variedades de sementes e novas tecnologias empregadas no plantio, entre elas o perfil e a correção do solo.

“Dependendo do solo, fizemos uma calagem mais profunda e quem fez isso conseguiu produzir mais de 60 sacas por hectare, melhorando a safra deste ano”, afirmou.

Ele informou que para 2020 a perspectiva é de que aumente a área plantada, já que produtores de outros estados, especialmente do Paraná e Mato Grosso, mostraram interesse em Roraima.

“As perspectivas para o próximo ano são as melhores com a vinda de produtores de outros estados com capital e com muita tecnologia e devemos aumentar a área plantada e a colheita será maior também”, disse.

Quanto à safra de milho, Paludo disse que ainda é pequena no estado, embora este ano já tenha aumentado bastante a área plantada, mas que a tendência é de aumento para os próximos anos. No ano passado foram oito mil hectares e este ano quase que dobrou, com 15 mil hectares. Em 2019, a colheita de milho deve chegar a 90 mil toneladas. Em 2018 foi de 50 mil toneladas.    

“A média do estado ainda é de 120 sacas de 50 quilos por hectare, mas precisamos melhorar a variedade de milho, de manejo e adubação para alcançar uma marca melhor”, disse. “Plantamos em rotação de um ou dois anos da soja, e um de milho, isso melhora o solo para o milho”, disse.

Produtor fala que estrada na Guiana vai melhorar agricultura de Roraima


Paludo destaca a construção da rodovia Lethen/Linden como estratégica   (Foto: Divulgação)

Entre os entraves que o estado ainda apresenta para desenvolver o potencial agrícola, ErmiloPaludo destacou a construção da rodovia que liga Lethen a Linden, na Guiana, a flutuação do preço da soja no mercado internacional e a insegurança jurídica da terra são os principais entraves. 

“Construir esta estrada da Guiana é estratégico para Roraima. Vamos ter uma grande opção de importar insumos, como calcário e outros, bem mais baratos, e vamos ficar muito competitivos no mercado. Além de que os guianenses produzem frangos e o consumo de milho e farelo de soja seria um grande mercado. Se resolver essa questão política da Venezuela, seria outro mercado comprador; e o Amazonas que é um grande consumidor”, disse.

Ele lembrou que a soja é um mercado mundial e depende da Bolsa de Chicago, nos Estados Unidos, para ter bons preços de venda no mercado. 

“Este ano tivemos aumentos nos insumos e nos defensivos e o preço da soja baixou no mercado internacional e isso não deixa de ser um entrave”, disse. “Já o milho é mais regional e um comércio limitado e precisamos estender esse mercado para Guiana, Venezuela e também para Manaus. E temos que conquistar novos mercados na medida em que produzirmos mais”, disse.       

Sobre a insegurança jurídica da terra, Paludo citou que o governo do Estado deve acelerar e resolver a documentação territorial. 

“É como o governo está fazendo agora, acelerando para resolver em definitivo essa questão jurídica da terra e o licenciamento ambiental com a aprovação do zoneamento ecológico econômico do estado”, disse. (R.R)