Cotidiano

RR tem escolas e rodovias fechadas e ameaça de greve geral 

Atos ocorreram em paralelo às manifestações realizadas na capital durante toda a sexta-feira

VANESSA FERNANDES

Editoria de cidade

Estudantes, professores e trabalhadores cruzaram os braços e aderiram à greve geral desta sexta-feira, 14, em repúdio à proposta de “reforma” da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL). O primeiro ato, que ocorreu, paralelo as manifestações, foi o bloqueio de um trecho do km 437 da BR 174 em Mucajaí, no início da manhã desta sexta-feira, 14. A mobilização tinha como objetivo manifestar repúdio ao contingenciamento na educação, reforma da previdência, pela reforma agrária e a PL/67, de autoria do governo do Estado, que corta benefícios dos servidores públicos. Esta é a terceira manifestação em menos de dois meses.

O protesto que se iniciou por volta de 5h30 provocou uma enorme fila de veículos na região por conta da barricada de pneus queimados.  Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), somente às 8h, após negociação com os manifestantes, o trânsito foi liberado totalmente. “Apesar de haver outras denúncias de interdição de pista federal, em Roraima, apenas uma ocorrência foi confirmada” informou a nota.

Manifestantes deixam portões fechados na UFRR até receberem decisão judicial


Os professores já haviam fechado os portões quando foram notificados da decisão judicial que proibia o fechamento (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Estudantes, professores e técnicos administrativos voltaram a protestar em frente aos portões da Universidade Federal de Roraima (UFRR), na Av. Venezuela, nesta sexta-feira, 14. Conforme divulgado na programação do evento, lideranças interditaram os portões durante ato da greve geral, mesmo cientes da decisão proibitória assinada pelo juiz federal Helder Girão Barreto, publicada na quarta-feira, 12. Antes da chegada do oficial de justiça, os manifestantes haviam montado uma barricada com duas pessoas amarradas pelas mãos a uma estrutura de ferro. Para cumprir a decisão e evitar o pagamento de multa no valor de R$ 1000 por dia, os grevistas decidiram desbloquear a entrada logo em seguida.

“Achamos absurda uma decisão judicial para uma greve anunciada há mais de 30 dias, que aplica uma multa e proíbe o fechamento de portões, uma prática feita para chamar a atenção da sociedade. Não estamos lutando somente pelo direito dos estudantes ou trabalhadores. Os juízes também possuem filhos que estudam nas universidades e se aposentarão um dia”, reclamou o presidente da Central Única de Trabalhadores de Roraima (CUT/RR), Roberto Rosas.

No fim do dia, sindicalistas e estudantes bloquearam parte do acesso à Praça do Centro Cívico de Boa Vista, ainda em seguimento ao protesto. Menos de uma hora depois, o trânsito foi normalizado no local e foi feito um show cultural em encerramento às manifestações.

30 escolas ficaram sem aulas e servidores ameaçam greve geral

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima (Sinter), Flávio Bezerra, 30 escolas se manifestaram a favor da paralisação geral, tanto no interior quanto na capital. Em nota, a Secretaria de Educação e Desporto (SEED) informou que até o fechamento desta matéria, professores de 26 escolas, sendo 18 na capital e oito no interior, aderiram à paralisação.

“A Seed respeita a decisão dos docentes, porém reforça que o referido dia letivo será reposto a fim de não comprometer o Calendário Escolar”, comunicou a nota.

Ainda na manhã da sexta-feira, 14, servidores da educação estadual se reuniram no Centro Cívico em frente à Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) para discutir a possibilidade de agendar uma assembleia geral para o planejamento de greve definitiva. Após discussões e desentendimentos entre o presidente do SINTER, Flávio Bezerra e integrantes do sindicato, foi acatada como possibilidade a realização da reunião no dia 26 deste mês. Às 15h, os servidores se reuniram em frente ao Palácio Senador Hélio Campos para apresentar as pautas da categoria ao governador Antonio Denarium.