O cenário pós-leilão e mercado de energia solar distribuída em Roraima serão discutidos durante toda esta terça-feira (3) no Fórum de Energias Renováveis, no Auditório da Universidade Estadual de Roraima (UERR). A participação no evento é gratuita, aberta ao público e as inscrições poderão ser feitas presencialmente no local, das 08h00 às 08h30.
Durante a programação ocorrerá mesa de debates com representantes de instituições públicas e privadas, além de palestras abordando a viabilidade econômica do micro e mini geração isolada de energia solar fotovoltaica com as novas tecnologias de armazenamento.
Dirigentes e profissionais de entidades nacionais e de grandes empresas participarão do Fórum, cuja repercussão será potencializada pela transmissão via Internet, em consonância com o objetivo de ampliar o debate e, consequentemente, a compreensão dos Desafios da Energia em Roraima.
Único estado que não é ligado ao sistema elétrico nacional, Roraima é geograficamente privilegiado em termos de energia solar. Aqui, é possível ter até 12 horas de energia fotovoltaica devido ao sol que incide na vertical. Entretanto, as casas são abastecidas por meio de diesel utilizado nas usinas termelétricas.
Esta não deveria mais ser a única forma geradora de energia no estado, de acordo com o diretor do Instituto de Identificação Odílio Cruz e Técnico em Eletrônica Amadeu Triani. Na entrevista concedida ao programa Agenda da Semana, ele conversou sobre potencial de energia renovável de Roraima.
“Mesmo em um dia nublado, a energia solar aqui é fantástica. Você pensa que não tem, mas tem; e em grande quantidade. No amanhecer do dia, tendo luminosidade, você já possui energia solar. Nós temos uma riqueza enorme e nosso potencial aqui só é menor que da Alemanha, que é campeã neste quesito”, afirmou.
Para Triani, mesmo que outros governos tenham falado em “Eco Estado”, Roraima ainda está longe disso e disse ser preciso investir em matrizes produtoras.
“Não só energia solar, temos a eólica que pode ser explorada. Podemos ter um sistema hibrido e utilizar também o biogás. A Caer [Companhia de Água e Esgotos de Roraima] tem um procedimento de tratamento de esgoto na lagoa de estabilização. Ali é liberado o gás metano, mas não sei quantificar. Ele poderia ser coletado e transformado em energia”, explica.
Triani acredita que estas opções poderiam substituir o diesel queimado em termelétricas e ajudar na preservação do meio ambiente. “Eu sou contra e sei que existe um interesse econômico internacional em cima do petróleo, mas os efeitos climáticos que estamos sofrendo é em função dessa irresponsabilidade global”, alertou.