Cotidiano

RR tem zoneamento de risco climático para consórcio do milho com braquiária

O Zarc apontou solo bom em Boa Vista, Cantá, Alto Alegre, Bonfim, Amajari, Pacaraima, Uiramutã e Normandia

O Ministério da Agricultura publicou no Diário Oficial as portarias referentes ao zoneamento agrícola de risco climático (Zarc) para o milho de primeira safra em consórcio com braquiária (espécie de capim). As regras do Zarc valem para o ano-safra 2019/20 e contemplam Roraima.

O Zaarc considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).

À Folha, o secretário de Estado da Seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Emerson Baú, explica que assim como o ZEE (Zoneamento Ecológico Econômico), que define de maneira macro as culturas e criações em cada região do Estado, o Zarc detalha o solo e define que tipo de cultura é a melhor para a região.

“O Zarc estuda o detalhamento daquela região e nos aponta que tipo de cultura é melhor em carda região. Por exemplo, que na região Sul, no município de Caroebe, é propicia a produção de banana; na região Norte é propício à soja; e assim vai definindo o zoneamento e nos dando base para nós, enquanto gestores, para utilizar como ferramenta de planejamento de produção agrícola no Estado”, disse.

O Zarc do milho apontou que o melhor solo para a cultura fica na região centro-norte do Estado, abrangendo os municípios de Boa Vista, Cantá, Alto Alegre, Bonfim, Amajari, Pacaraima, Uiramutã e Normandia.   

Emerson Baú disse que com a portaria do Zarc a produção de milho tende a aumentar no Estado, não só pela definição da melhor região para plantio da cultura, mas também pelo fato do Zarc poder ser usado como garantia de safra para o produtor obter financiamento para custeio agrícola junto aos bancos. 

“O Zarc oficializa a produção e pode ser feita uma securitização de financiamento com os bancos garantindo a própria safra como pagamento. Mesmo para aqueles que não tenham o título definitivo de posse da terra”, afirmou. “Mas lembrando que é apenas para custeio da terra, e não para investimento”, definiu. 

O secretário disse que o milho é hoje a cultura que mais cresce e a segunda mais produzida no Estado, perdendo apenas para a soja, e que com o Zarc a tendência é aumentar a área plantada de 15 mil hectares, este ano, para 18 mil em 2020.

“O Zarc ainda proporciona o plantio consorciado do milho com a braquiária e depois que é feita a colheita do milho a pastagem do capim já está pronta para o gado, junto com a palha do milho”, disse.

O trabalho de mapeamento é feito pelos técnicos do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Roraima já conta com 13 Zarcs elaborados, sendo que dez já foram aprovados e divulgados e mais três que ainda estão em análise.

CULTURAS – Além do milho consociado, que foi divulgado esta semana pelo Mapa, o secretário de Agricultura informou que Roraima já possui Zarc para as culturas de algodão herbáceo, arroz, banana, cacau, dendê, feijão caupi, mandioca, milho, soja e sorgogranífero. 

“Estas culturas são plantadas em quase todos os municípios de Roraima, sendo que há as indicações de maior ou menor perda para cada região e município. É só procurar a Seapa que indicamos a melhor produção para minimizar perdas de acordo com sua região”, disse. (R.R)