As fronteiras com a Venezuela e Guina, nos municípios de Pacaraima e Bonfim, a norte e nordeste de Roraima vão ganhar o reforço do Programa Vigia do Ministério da Justiça e Segurança Pública, através de cooperação técnica e ações integradas da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Exército, Polícia Militar e Polícia Civil.
A ideia é fortalecer o combate ao crime organizado e aumentar a fiscalização e repressão aos crimes nas fronteiras por meio da integração entre as instituições. Entre os principais crimes que o Estado deve focar, estão o combate ao tráfico de drogas, de armas contrabandeadas e de combustíveis nas duas fronteiras do Estado.
À Folha, de Brasília, o agente de polícia federal Eduardo Bettini, coordenador-geral de fronteiras da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça, afirmou que a operação “Choque Operacional”, em Roraima, deve começar no final de novembro.
“Já estamos definindo detalhes e ajustes administrativos com o secretário de Segurança de Roraima, Olivan Junior, e ajustamos o início das ações para estruturar a unidade de fronteira no Estado, no modelo do que já existe no Mato Grosso do Sul”, disse.
Com a nova filosofia de trabalho, alguns dos agentes envolvidos estão sendo treinados e capacitados no Acre e serão agentes multiplicadores no Estado.
“Cinco agentes de Roraima estão fazendo curso de operações de fronteira e eles serão multiplicadores no Estado, e um dos princípios do programa é utilizar e fortalecer os agentes, criando uma identidade de fronteira com as forças locais”, afirmou.
Paralelo a essa estruturação, Bettini explicou que a operação ‘Horos’ será colocada em prática em Roraima, a exemplo dos estados do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre. “É uma operação com equipes menores, mais especializadas e sem sobreposição de trabalho”, disse. “Com a Horos, mudamos o conceito das operações de fronteiras. Antes, as operações eram episódicas, com grande número de pessoal e volume de recursos e equipamentos para a região e essas equipes permaneciam por pouco tempo. Agora, com as instituições integradas e operações permanentes, não temos data e não vamos sair da região onde estamos atuando”, explica.
Ele explicou que, à medida que o crime for se adaptando e mudando de lugar, a operação também se deslocará. “Somos uma operação completamente adaptável”, afirmou.
O Programa Vigia é parte do Programa de Segurança nas Fronteiras – um dos projetos estratégicos do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ideia é expandir o programa para que ele consiga atingir todos os 11 estados de fronteira. São quase 17 mil quilômetros de fronteiras entre o Brasil e outras nações.
Segundo Bettini, nas operações já realizadas em outros estados, ele citou que a maior parte das apreensões no Paraná tem relação com o contrabando. Em Mato Grosso, o foco são as drogas. Já em Rondônia, as atuações mais exitosas têm relação com os crimes ambientais e no Acre, com o contrabando de medicamentos e anabolizantes. (R.R)