O Conselho Indígena de Roraima (CIR) lança, nesta terça-feira (30), a Sala de Situação. Conforme a coordenadora do Departamento de Gestão Territorial e Ambiental, Sineia Wapichana, o espaço será utilizado para auxiliar no monitoramento em tempo real de queimadas nas áreas indígenas.
“A gente já tinha um laboratório de sistema de informação geográfica, onde temos vários equipamentos tecnológicos que auxiliam nesse monitoramento. Agora, criamos a Sala de Situação que vai ajudar ainda mais a observação nas comunidades e mostrar extamente onde estão os focos de calor, para que as brigadas comunitárias atuem de forma mais rápida”, explicou.
A coordenadora afirmou que na Sala também é realizado o monitoramento dos terrirórios indígenas e, durante o período chuvoso, será possível identificar os pontos de cheias. “As chuvas intensas também podem trazer muitos problemas para as comunidades, como pragas, que afetam as plantações. A Sala monitora tudo isso”, disse.
No ambiente, atuam técnicos de sistema de informação geográfica, engenheiros agrônomos, que realizam o mapeamento e operam os drones à distância, o chefe das brigadas comunitárias que atuam nas áreas indígenas e assessores, responsáveis pelo monitoramento 24h.
“A Sala mostrou eficiência quando teve uma queimada florestal intensa na região Serra da Lua, no mês passado. Com as imagens em tempo real, os brigadistas conseguiram identificar o local exato e iniciaram logo as ações para a contenção do fogo. Trabalhamos com equipamentos tecnológicos, como rádios que funcionam à longa distância e drones, que foram muito eficientes junto com o conhecimento dos povos indígenas”, pontuou.
Segundo Reinaldo Lourival, diretor do Instituto Terra Brasilis, parceiro do CIR, as informações obtidas por meio do monitoramento ajudam o Conselho a gerenciar o território indígena. Em caso de queimadas, ele explicou que a Sala proporciona a uma resposta rápida devido às imagens obtidas por satélites.
“A Sala de Situação funciona como um cérebro. É de lá que recebemos informações, tratamos elas e fornecemos oportunidades para a tomada de decisão. São os indígenas que vão gerir o sistema, por meio do CIR, e o Conselho vai trabalhar com as brigadas para operar a atuação em campo. Essa parceria é feita com várias instituições, como ICMBio, Ibama, Prevfogo e Defesa Civil”, afirmou.