Cotidiano

Salário atrasado de servidores estaduais deve ser pago hoje

Conforme a Sefaz, dívida deve ser quitada com recursos oriundos do repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE)

A expectativa é que o salário referente ao mês de setembro dos servidores públicos estaduais seja pago hoje, conforme anúncio feito na semana passada pela Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). A dívida deve ser quitada com recursos oriundos do repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Até então, o Governo do Estado pagava os servidores por meio de arrecadações diárias do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Roraima (Sindpol), Leandro Almeida, apesar da promessa do término de pagamentos, ainda é cedo para criar qualquer tipo de expectativa. Ele destacou que quaisquer decisões por parte da categoria serão tomadas a medida do que for ocorrendo.

“Nós temos muita frieza neste momento. Não estamos esperando nada. Nós apenas iremos agir conforme o andar das coisas. No fim das contas, é tudo bem simples. Se recebermos, beleza. Se não, só continuamos parados, e iremos reunir a classe para planejar próximos passos”, afirmou.

Apesar do tom calmo do representante da Polícia Civil, o mesmo não se aplica aos familiares de policiais militares. A esposa de um militar, que optou por se manter anônima para evitar represálias, contou que caso o pagamento da classe não seja efetuado amanhã haverá nova mobilização.

“Já estamos combinadas, tanto entre esposas que estão na Capital quanto a de municípios vizinhos, para que uma nova mobilização seja feita na quarta-feira, 31, caso não haja a conclusão do pagamento. Famílias estão cada vez mais endividadas, pois estão arcando com empréstimos e ajuda de parentes. Além do mais, mesmo que haja o pagamento, estaremos aguardando o próximo dia 10. Se nesse dia o pagamento não sair, estaremos mobilizando no dia 11”, explicou. (P.B)

Terceirizados não têm previsão para receber

Se por um lado os servidores efetivos estão com uma promessa de pagamento, terceirizados continuam sem previsão alguma. Os efeitos dessa falta de diálogo podem ser sentidos em escolas estaduais, que já estão tendo problemas de limpeza e falta de merenda.

Uma das terceirizadas paralisada, Zilda Borges, que está há quase três meses sem salário, contou que devido a essa situação, a empresa que ela trabalha já anunciou que entrará com uma ação no Ministério Público do Estado (MPE) hoje, dia 30.

“Estamos todos decepcionados. O Governo do Estado não deu um pronunciamento sequer sobre nossa situação até hoje. A empresa que eu trabalho vai entrar com uma ação judicial nesta terça, no Ministério Público Estadual, para ver se isso pode ser resolvido judicialmente, pois o diálogo está impossível”, informou.

Zilda contou que a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) está contabilizando a falta dos terceirizados, significando que muitos ainda tentam comparecer ao trabalho, na medida do possível, para que não haja acúmulo de faltas.

“Nós nem temos mais condições de nos reunirmos. Está complicado a esse ponto. O pior é que a Secretaria Estadual de Educação está contabilizando nossas faltas. Para não acumular atrasos demais, estou indo trabalhar semana sim e semana não. Eu venho me dedicando bastante à costura, é o que está sustentando a minha família. E meu marido ainda sofreu um acidente de trânsito e está impossibilitado de trabalhar no momento, então todo o sustento da casa tá vindo das costuras que faço por encomenda”, contou.

Também terceirizados, dezenas de transportes escolares estão estacionados no Centro Cívico da Capital desde quarta-feira da semana passada, 24, como forma de sinalizar ao poder público que toda a frota estadual de ônibus escolares está paralisada. Os empresários contratados já não recebem do Governo do Estado há nove meses.

OUTRO LADO – A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) se limitou a informar que a intenção do Governo é concluir o pagamento referente ao mês de setembro de todos os servidores com o repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE) do dia 30 de outubro. (P.B)