Cotidiano

Seca reduz produção de aves e ovos em 15%

Sem chuva, começou a faltar alimento na mesa do roraimense por causa da queda na produção

A forte estiagem está provocando a queda em setores importantes da economia de Roraima. Os reflexos negativos provocados pelo calor atingem principalmente a agricultura e pecuária. O roraimense começa a sentir falta de alguns produtos à mesa. É o caso do frango e de ovos.

A avilcultora Maria Lúcia Martins, dona de uma granja na região do Monte Cristo, zona Rural de Boa Vista, lamentou os efeitos do calor e disse que nos três últimos meses mais de 1.200 galinhas morreram devido à alta temperatura e as constantes quedas de energia.

“O calor está matando as galinhas e o prejuízo chega a R$ 18 mil  por mês. A produção de ovos também caiu. Temos prejuízos ainda quando falta energia elétrica, pois não podemos embalar as cartelas de ovos”, reclamou Maria Lúcia.

A produção de ovos da granja era de 900 mil unidades por mês. A queda foi de 15% nos últimos três meses. Para piorar a situação, segundo a avicultora, a conta de energia veio com reajuste e aumentou R$ 800. “E não recebemos qualquer subsídio do poder público”, lamentou.

O reflexo na queda da produção de frango e ovos foi sentido no comércio local. Falta ovo e o produto encareceu porque está sendo importado de Manaus (AM) e Mato Grosso. “Ainda temos que lidar com esta concorrência desleal. Eles não pagam o nosso imposto, nem frete, por isso o produto de fora é mais barato. Está cada vez mais difícil permanecer no mercado”.

Maria Lúcia também reclamou do preço do frete, que dificulta ainda mais a situação. “Além dos impostos, a gente tem que paga r mais R$ 360 por tonelada do produto. E é bom ressaltar que o frango tem um ano e quatro meses de vida e produz por um ano. Não está mais compensando”, observou a avicultora.

O golpe final para quem cria aves veio este ano com o aumento do milho. A saca de 50 quilos custava R$ 39, mas com a alta do dólar foi para R$ 50. Maria Lúcia disse que a diferença de R$5  influencia muito para quem trabalha com aves. “Veja bem. Eu compro 1.200 sacas por mês, fora outros insumos. Está cada dia mais complicado produzir ovos no Estado. O preço do frango também despencou”, lamentou.

Nos supermercados de Boa Vista, o frango congelado vendido vem de Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul. Nas feiras livres da Capital, a galinha caipira e o caipirão são vendidos com preços diferenciados e variam de R$ 25 a R$ 50. (AJ)