Na tarde de ontem, os deputados da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) se reuniram para ouvir a secretária estadual de Educação, Selma Mulinari, que na ocasião respondeu aos questionamentos dos professores e dos deputados. Selma compareceu à ALE após adiar a sua ida por duas vezes, uma na semana passada e outra, na manhã de ontem. Professores protestaram com faixas, cartazes e pedidos de exoneração.
A reunião, que iniciou com meia hora de atraso, foi presidida pela presidente da Comissão de Educação, deputada Lenir Rodrigues (PPS), que esclareceu que o objetivo era tratar de assuntos relacionados à Secretaria de Educação, como a necessidade de estruturar os prédios escolares, contratação de professores auxiliares, construções de escolas em comunidades indígenas, Gratificação de Incentivo à Docência (GID) para professores seletivados, capacitação de gestores, educação indígena e escolas do interior.
A secretária atribui a gestões anteriores o que ela denomina como “caos” na educação e que precisa de tempo para organizar a educação estadual. “Quando recebemos a educação desse estado, a situação era precária, com teto de escola caindo.Estamos fazendo o possível para melhorar as condições estruturais das unidades de ensino.Já revitalizamos alguns prédios e temos planos de continuar fazendo esse trabalho, mas demanda um pouco mais de tempo”, frisou.
O líder do Governo na ALE, deputado estadual Brito Bezerra (PP), confirmou que o Plano Estadual de Educação(PEE) será discutido na íntegra pela comissão parlamentar e que pretende avançar nas negociações com os professores, desde que os pedidos sejam legais e que o governo tenha condições de cumprir o que ficar acordado.
Em vários momentos os profissionais da Educação que estavam presentes no plenário da Assembleia se manifestaram contrários ao discurso de Mulinari e tiveram que ser contidos pela deputada Lenir Rodrigues, que pediu ordem para que as discussões não fossem interrompidas. Do lado de fora da ALE, os grevistas montaram um telão para assistir à reunião e em muitos momentos soltaram fogos de artifício como forma de chamar a atenção.
“Eu queria que a gente falasse sobre a greve porque ela é mais importante que qualquer outra coisa neste momento. Não temos motivo para ouvir a secretária falar dos problemas de educação, quando o maior problema são as reivindicações que não foram atendidas pelo Estado. Quando vai chegar o fim de tudo isso? Queremos o PCCR [Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações] aprovado e o capítulo referente à educação indígena reinserido no PEE, além da exoneração de Selma Mulinari”, disse uma professora, que não quis se identificar. (J.B)